sábado, 20 de setembro de 2014

Entrevista: Lacerated And Carbonized

Inicialmente, devo registrar que é um prazer imenso em poder contar com essa entrevista, com uma das bandas mais representativas do metal extremo brasileiro. Uma banda que vem construindo sua história com passos firmes e determinando seu caminho aqui e no exterior. Além de nos brindar com seu estilo Death metal, segue abaixo então, um pouco mais sobre a excelente banda carioca Lacerated And Carbonized.

1- Comecem nos falando sobre a formação da banda, assim como suas influências e objetivos iniciais.
Caio Mendonça - No início, Jonathan e Paulo e eu começamos a compor a demo "Chainsaw Deflesher" e, somente após o Victor ter entrado na banda é que pudemos gravar e lançar este que foi o embrião do álbum "Homicidal Rapture". Não sabíamos o que esperar do futuro, mas sempre fomos sérios e compromissados com o nosso trabalho. Ouvíamos muito Thrash e Death metal, e esses são os estilos principais que moldaram a música do LAC. 

2- Tive a oportunidade de conferir de forma analítica o CD "The Core Of Disruption" e confesso que a banda consegue destilar muito bem cada elemento que aplica a seu trabalho. Como se dá o processo de criação das músicas e do direcionamento da banda?
Caio - Todos da banda contribuem no desenvolvimento das músicas. As ideias iniciais começam na guitarra. Após criar alguns riffs e sequências, nos reunimos em nosso estúdio para filtrar e criar estruturas mais complexas. É nessa etapa que o Victor cria a bateria e os elementos percussivos. Somente após o instrumental estar pronto é que o Paulo se senta com o Jonathan para escrever as letras, de acordo com a linha vocal de cada música. 

3- A questão das letras tratarem mais precisamente da violência no Rio de Janeiro (incluindo a ilustração belíssima da capa do CD), foi algo que me chamou a atenção, algo que achei muito boa a escolha dessa opção. Não falta assunto para inspiração nesse aspecto, devido aos fatos já conhecidos. Como aconteceu essa escolha? 
Caio - Para nós, abordar o tema é natural, pois, como todo cidadão do Rio de Janeiro, estamos submetidos à violência diária e ao descaso político. Essa realidade é mais brutal do que qualquer letra de Death Metal poderia ser. Decidimos mesclar o tema com a música do LAC durante a composição do álbum "The Core Of Disruption", que acontecia na mesma época em que traficantes estavam atacando a população e queimando carros aleatoriamente, culminando na ocupação do morro do Alemão. Esse caso e muitos outros, como o massacre de Realengo e a chacina da Candelária, acabaram nos inspirando durante a criação do álbum.

4- Quais os resultados já colhidos com o "The Core Of Disruption"? E em termos de aceitação do público e mídia especializada, como foi?
Caio - Graças a esse álbum, realizamos duas turnês europeias, uma mais abrangente e outra focando o leste europeu. O público aprovou a nova cara do LAC, mais brutal e influenciada pelo nosso cotidiano violento, e muitos canais especializados elegeram o "The Core" como um dos melhores álbuns lançados em 2013. Não poderia ser melhor.

5- Já existe algo definido para um novo CD? O que poderia nos adiantar sobre isso?
Caio - Estamos nesse momento compondo nosso próximo álbum de estúdio. Já temos muitas músicas prontas e posso adiantar que elas estão ficando mais matadoras do que tudo que já fizemos. A ideia é entrar em estúdio em janeiro de 2015. 

6- Tem sido constante atualmente, novas bandas brasileiras firmarem excursões pelo exterior, assim como solidificarem sua força por lá. O Brasil demonstra grande potencial de criação e dedicação por parte de muitas bandas. Como encaram o crescimento do metal nacional se renovando lá fora, após aquele velho boom do Sepultura, Krisiun e outras mais naquela época? 
Caio - Durante nossa última turnê pelo leste europeu, muitos headbangers de lá comentavam conosco sobre como as bandas brasileiras são boas, e alguns nomes eram recorrentes, como Nervosa, Unearthly e Claustrofobia. Não basta ter um bom material, a banda tem que trabalhar duro e cair na estrada para fazer o seu nome e crescer cada vez mais. 


7- Em terras brasileiras, como vocês definem o cenário da música pesada, em termos de shows, espaços, público e mídia?
Caio - Apesar da estrutura em torno do Heavy Metal no Brasil ainda não ser profissional, existem pessoas que lutam dia após dia para fazer com que a cultura cresça cada vez mais. É graças a essas pessoas que o cenário brasileiro continua crescendo, e o país se tornou rota obrigatória das maiores bandas do mundo. 

8- As subdivisões do metal, ou rótulos criados, cada vez mais se renovam, assim como a própria mistura de novos elementos e estilos dentro do próprio som. Isso tem sido benéfico, tem roubado identidade de bandas ou é algo natural?
Caio - As subdivisões e rótulos já se tornaram algo natural na realidade do Headbanger, não há como lutar contra isso. Apesar disso, a verdade é que a espinha dorsal de todos esses estilos é o Heavy Metal. 

9- Podem citar algumas bandas brasileiras ao qual vocês enxergam grande potencial? 
Caio - O Brasil sempre teve bandas com muito potencial. Além das já citadas anteriormente, eu apostaria minhas fichas no Confronto, Chaos Synopsis, Forceps, HatefulMurder e muitas outras que vêm trabalhando com garra no underground. 

10- Deixo o espaço aberto para a mensagem final aos que desejam mais informação sobre a banda. Espero algum dia ampliarmos a parceria de alguma outra forma, onde coloco a Quality Music Web Radio a disposição e apoio do Lacerated And Carbonized. 
Caio - Agradeço o apoio que a Quality Music Web Radio sempre dá ao LAC. Para todos que quiserem saber as últimas novidades sobre o LAC, conhecer nossa loja e um pouco mais sobre a banda, basta acessar o nosso site oficial: www.laceratedandcarbonized.com
Stay Brutal! \m/

Links do Lacerated And Carbonized:

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