Sempre fui intenso em meus projetos, sempre busquei fazer com que a engrenagem funcionasse e que as pessoas envolvidas nos projetos saíssem satisfeitas. Tenho a noção de meus acertos e o quanto foi importante o que realizei até então. Uma única falha e tudo pode ir abaixo. Resumindo, Metal On Planet III era o último evento ao qual decidi estar a frente como organizador. O porque? Poderiam haver vários motivos e respostas, mas internamente sei o porque e é algo que vai ficar guardado. Era dia então de realizar essa que eu desejei ser mais uma grande festa com amigos. De fato foi, mas ausências valiosas aconteceram, fiquei sem entender algumas coisas, mas tudo funcionou muitíssimo bem e nessa noite, Heavenside - Doctor Maiden e Spiritual Void realizaram apresentações fantásticas. Uma noite do mais puro metal. Creio que as bandas escolheram muito bem tudo aquilo que apresentaram e brindaram a Quality Music com trabalho, respeito e lealdade. A Planet Music mais uma vez foi a casa amiga, que recebe muito bem e que tem o metal como um estilo que ali tem o seu espaço e uma equipe muito amiga e parceira. Qualidade, fácil acesso, entendimento, envolvimento, dedicação e diversão foram alguns fatores que definiriam bem as bandas. Eu estava como organizador, bilheteria e assuntos gerais haha, mas pude assistir as apresentações, que iniciou com a banda Heavenside e seu estilo Symphonic Metal. Confesso que me surpreendi ao vê-los em ação, pois fazem uma performance clássica e divertida. A banda demonstrou um entrosamento no palco e tem comunicação com o público, coisa que falta em um grande número de bandas. O set da banda contou com músicas como: Crazy Train (Ozzy), Rainbow in the dark (uma que sempre me causa prazer em escutar e lembrar o mestre Dio), Nemo (Nightwish), The Lighthouse (deles mesmo), Monolith of doubt (After Forever), Ever dream (Nightwish), Full moon (Sonata Arctica), Stargazers , Seasons of fake (também deles) e fechando de forma clássica e empolgante com Smoke on the water (Deep Purple). Tenho expectativa por um registro da banda. Claudia Rocha (vocal), ao qual tenho grande carinho, prendeu minha atenção do início ao fim, assim como a própria Heavenside, por sua técnica, qualidade e diversão.
Dando continuidade, minha expectativa de ver o Doctor Maiden em ação era algo que me remetia ao pensamento: "É um tributo ao Iron Maiden, será que vem algo diferente?" E realmente fui surpreendido pela banda. A começar pela escolha do repertório, onde buscaram a fase mais interessante (de alguma forma, para muitos), a banda a cada clássico impunha energia, técnica e somava a participação do público com um show memorável, onde a época de magia do metal se fazia presente. O set desfilou petardos como: Ides of march/Wrathchild, Futureal, Aces high, The trooper, Flight of Icarus, Moonchild, Wasted years, The clairvoyant, Powerslave, The evil that man do, Iron Maiden e fechando alucinadamente com The number of the beast. Não é segredo que eu já deixei de acompanhar a atualidade de muitos medalhões do metal. Não desaprenderam nada, ou não deixaram de ser bons, mas são bandas que em minha visão, já não fazem algo empolgante. O Doctor Maiden também parecia se divertir no palco, proporcionou mais uma parte do que o público queria e tudo funcionava de forma clara. A Planet Music parece desenvolver ali em seu espaço uma magia que deixa as pessoas a vontade e torna o ambiente mais festivo, metálico e deixa lembranças.
Os amigos da Spititual Void mais uma vez estavam participando de um evento da Quality Music. É uma banda que cresce a cada novo material, a cada performance e levam a sério o trabalho muito bem realizado. Poder vê-los nesse encerramento foi valioso. É uma banda que conta com integrantes que tenho como amigos, como pessoas que posso contar e enfim, pude apreciar a apresentação que mais uma vez, deixou gosto de quero mais. Musicalmente falando, confesso ser difícil destacar algo quando se constata músicos realmente fazendo o que amam, quando se dedicam e vão superando as duras barreiras de se ter uma banda. Era muita técnica, muito feeling envolvido. Execuções que demonstravam o quanto são apaixonados pela música, pelo que constroem e que ao superar adversidades fora de palco, quando estão alí em cima, botam o coração pra reger a diversão, entreter amigos, público e quem alí está para apoiar, numa soma infinita de amor a música e a certeza de que a música pesada corre nas veias de forma honesta. O set deles incluiu: Intro / Hate & pride, Fall in disgrace, Losing my soul, D.T.A. (Don't trust anyone), Disturbing thoughts e Enjoying slavery fechando muito bem essa apresentação.
Era tarde chuvosa de domingo, FlaxFlu, eventos "concorrentes", compromissos particulares,... Ainda assim, o público sempre comparecia e a magia rolava. Hoje já não tem sido mais assim, mas os que comparecem, sempre se lembrarão de mais uma história metálica entre amigos e terão o que guardar "na prática", do que realmente gostam e demonstram. As fotos rolaram, a boa conversa de sempre e a certeza de que mais uma vez valeu a pena o empenho. Com tudo isso, creio que cumpri minha parte no apoio a cena.
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