quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Resenha CD: Skinlepsy - Condemning the empty souls

É muito gratificante ter em mãos um trabalho muito bem construído, seja musicalmente, informações necessárias e bom gosto. Saber que a bagagem musical adquirida com experiências passadas vão somar num momento certo suas forças para resultarem em mais um primoroso registro do metal nacional. E nesse caso, o thrash brutal feito pela banda paulista SKINLEPSY é um exemplo dentro das características acima citadas. Contando com André Gubber - guitarra e vocal, Luiz Berenguer - baixo, Evandro Júnior - bateria, o agora power trio escreve com firmeza sua estrada e nos dispõe em  "Condemning the empty souls", um trabalho na medida, sem excesso, sem clichês ou invenções desnecessárias. Com seu trabalho forte, mesclando influências exaladas com técnica, peso, brutalidade, riffs bem construídos e maestria. Esse CD é algo diferenciado, com característica de uma banda com identidade, ainda que tragam experiências passadas em outras bandas de grande importância. Com relação a parte gráfica, é realmente algo de bom gosto, retratando muito bem a ideia que a banda passa em seus temas. Durante a audição, você vai se deparar com passagens fortes, técnicas e de peso, não deixando de modo algum você se distrair na atenção a cada detalhe elaborado. "Crucial words" faz a abertura, com distorções de guitarra, velocidade e a banda trabalhando com intensidade, mostrando individualmente a qualidade musical de cada integrante. "Condemning the empty souls", é brutal! Vai ser impossível ficar parado e ao vivo ela deve ser um total frenesí. É pancada na orelha! "Crawling as a worm", vem complementando a intensidade, não permitindo muito tempo pra respirar, principalmente com a fúria vocal ali detonada. E a essa altura, você já sente o trabalho da banda tornando-se item obrigatório em seu playlist. Em meio a toda pancada que a banda executa, o cadenciamento por vezes se alterna, construindo climas perfeitos para uma apreciação banger. 

A agressividade metálica é ponto alto nesse registro e "Alienation" mostra ao que veio o SKINLEPSY. Díficil ficar destacando algo individual quando tudo parece funcionar muito bem. É o sangue nos olhos que tem faltado em muita banda que anda vivendo somente do nome construído no passado. Sinta o quanto "Perversions of racial hatred", (que traz a participação de Luiz Carlos Louzada (Vulcano) nos vocais, junto a André Gubber), vem trazendo brutalidade e destruição com velocidade e ira na sua execução. Uma música forte, intensa e que gostei demais. Eis então que vem aquela que ao vivo prepararia o clima para se criar o agito e depois torna-se brutal. Pride and rancour. Ela tem andamentos que chamam bastante a atenção. Não se engane com a cadência inicial, pois ela não deixa pedra sobre pedra. "Regressing from the end" traz a participação de Fernanda Lira (Nervosa) no vocal e também, Thiago Schuzze (Divine Uncertainty), na guitarra, fazendo essas participações resultarem em muita raiva, muita intensidade musical e muito do que agrada ao ouvido banger. "Global desolation" faz uma junção notável de todos os instrumentos, fazendo você crer que aquela audição será a última coisa que você vai ter desse mundo e assim, você não pode perder esse agito brutal por um só minuto. Ela é irada e vai te envolver muito. Nada mais apropriado então, do que terminar com a mesma intensidade despejada por todo esse registro. E assim, "Dominium" traz a técnica aliada a rapidez, fúria e brutalidade da carga sonora emitida pelo SKINLEPSY. É meio estranho imaginar a descrição de um CD onde você cite técnica, cadência, rapidez, brutalidade, agressividade e todas as características que se percebe nesse trabalho. Mas assim se constrói a soma de tudo com qualidade, diversificação que cria uma identidade própria e a honestidade de uma banda que trabalhou sério, que investiu e pode então nos apresentar algo realmente que merece respeito. Fica registrado o gosto de quero mais.  Parabéns SKINLEPSY \m/

Em tempo: SKINLEPSY: Banda agora é um quarteto! A banda anuncia a entrada de Leonardo Melguaço (Divine Uncertaintly) como segundo guitarrista.

André Gubber, guitarrista e vocalista comenta a decisão: “A formação original do Skinlepsy contava com 02 guitarristas e em todas as bandas que toquei eu sempre tive um parceiro de guitarra. Ser um trio facilita muita coisa, principalmente porque estamos bem entrosados, mas nos shows eu sempre senti falta de outra guitarra. O Leonardo é um cara experiente e um grande músico e temos certeza que isso vai somar muito à música do Skinlepsy.”

O SKINLEPSY segue finalizando as composições que farão parte de um EP previsto para lançamento ainda em 2014.

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