domingo, 31 de agosto de 2014

Resenha CD : Julia Crystal - A journey to Shamballa

Ao mesmo tempo em que eu ansiava por esse trabalho estar finalizado e disponível, também temia pela hora que faria essa resenha, pois já havia tomado conhecimento do que viria, durante o processo de construção desse registro e sabia que iria me preocupar em poder passar tudo de lindo que havia pressentido durante o processo de criação, com o medo de não deixar faltar a menção a toda magia que está contida em "A journey to Shamballa", CD da cantora lírica, Julia Crystal. Muito mais do que diversão, boa música, a beleza poética desse registro traz a busca por uma conscientização do nosso mundo atual, buscando em cada um, o despertar de hábitos, de uma renovação de idéias onde se mire um olhar mais justo aos que não tem o poder de se defender das atrocidades deste mundo. Esse clamor se reflete ao longo do CD, mas é algo além disso que devemos buscar. Acompanharmos uma linda ideia, mas também praticar essa ideia no dia a dia. "A journey to Shamballa" poderia ser enquadrado no estilo NEW AGE, como muitos gostam de estar rotulando algo existente. Mas esse estilo ganha uma fusão com o mundo do rock e unindo elementos de progressivo. Música de qualidade, que faz bem a alma seria a melhor definição. dispa-se de pré-conceitos e deixe fluir essa magia contida neste registro. Se a cena internacional traz grandes nomes, por aqui temos talentos brilhantes como a doce e incrível Julia Crystal, que está perfeitamente integrada a magia de interpretação, do sentir o que cria, de praticar o que emite em suas mensagens e sua qualidade musical nos agracia com músicas belíssimas. Aliado a Julia está o produtor musical, vocalista da banda IMAGO MORTIS (e um homem que respeito bastante a opinião), Alex Voorhees, que sabe captar muito bem a essência ideal da boa música, sem inventar excessos e ainda trazendo novos elementos a se somar na música real, como deve ser feita e dividida. 

Julia Crystal
O CD também conta com participações de grande porte, como Kevin Shortall, Rodrigo Alves (Parallax), Alex Navar (da excelente Kernunna), Carlos “Tayo” Pardal e outros mais. A fácil percepção dos detalhes musicais, onde tudo flui muitíssimo bem, é trabalho da genialidade musical de Alex Voorhees, que tem a sensibilidade e conhecimento para distribuir tudo de forma muito correta e atrativa. A partir de uma segunda audição, tudo ficará muito íntimo aos ouvidos, muito atrativo e bem recebido. Independente da beleza da própria Julia Crystal, a capa deste trabalho é algo belíssimo, soando suave, despertando o bom clima ali registrado. O trabalho de design gráfico ficou por conta de Jean Michel (Designations).  Ao decorrer do CD no player, a paz e magia que o envolverá vão refletir na vontade de ouvir novamente, de saber mais sobre tudo o que ali te pegou de surpresa. A leveza que emana no ambiente, a doçura de toda melodia que ecoa pelas caixinhas de som e a consciência da mensagem ali contida, faz com que não tenha sido apenas mais um trabalho musical lançado, mas o despertar da consciência, que embora até temos, mas nem tanto praticamos e assim, vamos semear em nossas vidas. A espiritualidade contidas nas letras é algo que vai tocar a todos independente de credo, de gosto musical, de conceitos formados. Se o heavy metal nos traz letras de protesto, de luta e direitos, as letras como neste CD também nos são muito necessárias, despertando em nós algo de valoroso, positivo e real. Para quem então se despir de pré-conceitos, musicalmente "A journey to Shamballa" traz variações, musicalidade bem light, como também momentos mais hard. São 13 registros compondo esse CD, tendo a música que dá nome ao CD, abrindo muito bem o trabalho. “A journey to Shamballa” é viajante. Muito light e já criando o clima perfeito para ambientarmos com o que virá pela frente. “Last day on Earth” chega suave, uma viagem musical onde Julia desfila sua doçura vocal aliado a cadências alternadas no andamento da música. “Starlit mermaids call” é como se me visualizasse no fundo do mar, atraído mesmo pelo canto de uma sereia. Também chego a me lembrar da voz de Liv Kristine nesse instante. Pelo que já correu pelo player, vou tentando imaginar Alex Voorhees montando essa belezura de trabalho junto a Julia Crystal. “The daughter of the poet” chega me colocando sentado a noite numa varanda de uma casinha simples, olhando as estrelas, deixando a noite suavemente direcionar essa viagem. Essa música é uma viagem a Pérsia antiga, e foi inspirada nos poemas do renomado poeta Shahram Shiva e suas traduções de RUMI. Alguns elementos ali inclusos deram uma certa diferenciação de outras músicas, mas da mesma forma, mais um registro muito positivo. “Sharing my world” é então o amanhecer, o despertar, assim como é o convite para a ideia deste novo mundo. Com um andamento mais "rápido", é uma das músicas de trabalho deste CD. E por tudo já visto até então, novamente vem o pensamento da construção, da diversão e da felicidade desse projeto de Julia e Alex. Julia Crystal tem sempre seu vocal muito doce, melodioso e encantador, enquanto como produtor, Alex Voorhees soube aliar esse novos elementos em cada passagem que ali se encaixasse sem exageros. 

Alex Voorhees (Produtor musical/Vocal Imago Mortis )
Certamente todos os envolvidos contribuíram com qualidade e cada um em sua função, somam igual importância no resultado de "A journey to Shamballa". A música espanhola, que muito me encanta, tem aqui sua lembrança em "Gitana". Castanhos e dedilhados suaves... Feche os olhos e curta a viagem!! Ah, me veio a mente o Blackmore's Night, que tanto aprecio. “Beyond the myth of Shangri-La” nos carrega a lembrança do rock progressivo dos áureos tempos onde os mestres da arte nos proporcionavam uma sonoridade fascinante com seus teclados, vocais melódicos e passagens alternando musicalidade e magia. Julia interpreta de forma magistral essa música. É um outro grande destaque. “For All Women” é uma música que curti demais esse andamento arrastado, teclado conduzindo muito bem a música e claro, Julia com sua doçura sussurrando sua mensagem. Confesso dificuldade, você ouvir um grande trabalho e tentar descrevê-lo, sendo que alguns dos ítens mais presentes são emoção e magia. Como descreverei? Recomendo avaliar por sí mesmo e perceber essa musicalidade aliada tudo isso citado. “Heaven’s in trance” é suave, com pitadas mais eletrônica, mais "dançante" eu diria. "Bajah Sri Krishna" vai te colocar em transe, em meditação e desligamento momentâneo do mundo real. Curta a suavidade, que é um deleite para a paz interior. A próxima música é a lindíssima “Earthlings". Uau, que música, que clima. É uma obra linda, vai se manter no playlist diário por aqui. “Shamballa’s rising” é um sussurro de Julia, é o chamado para tudo que se foi dito na busca do que o CD nos desperta, é como um chamado para a vida nova, um despertar para um novo amanhecer. E então, “Sinos além dos campos”, que traz a participação de Mônica Brandão. Linda interpretação e sim, você ouviu trechos de algo que se lembra: A canção de ninar. E assim, de mente aberta, é hora de novamente ouvir "A journey to shamballa" mais familiarizado e consciente do despertar buscado nas mensagens. O olhar aos mais fracos, o nosso próprio bem estar, a contribuição para um mundo mais ameno, humano e fraterno.

Links:
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Alex Voorhees (Facebook)
Alex Voorhees (OneRpm)

Um comentário:

  1. Mestre Vanderley "Qualidade" escreveu com o coração mas não esqueceu a inteligência ao perceber tantos detalhes deste nosso trabalho, detalhes que até eu mesmo não havia percebido. Por isso acho tão gratificante ver como diferentes pessoas também tem diferentes prismas de percepção do nosso trabalho, mas todos estão indo para Shamballa conosco! Um abração e viaje você também :)

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