sexta-feira, 27 de junho de 2014

Resenha CD: Krueger - Return to death

O metal nacional sempre foi berço de trabalhos valiosos e isso desde  década de 80, onde ganhou representantes de peso para a cena tupiniquim. E hoje você percebe que apesar dos novos valores, ainda reinam muitas bandas veteranas com estrada, registros importantes e a luta para sobreviver no underground de maneira profissional. Uma dessas bandas é o KRUEGER, que tem sua história iniciada em 1987, onde buscava detonar um trabalho com peso, brutal, contendo melodia e buscando o extremo sem firulas. Em seu som, influências de mestres como Slayer e Kreator, em suas fases mais antigas. E também bandas como Obituary e Pestilence, só pra citar alguns. A partir daí a banda traçou seu caminho, construiu sua história, tendo lançado alguns registros, como "Turn on to death", 1º álbum completo, lançado em 2001. Como se dedicavam ao trabalho da banda, fizeram opção em 1998 de mudar sua sede para o Rio de Janeiro e as apresentações foram muitas. Dividindo palco inclusive com bandas como Krisiun, Chakal, NervoChaos e algumas outras. Com o retorno a Volta Redonda/RJ, construíram um estúdio e agora, nos brindam cm este trabalho que agora passo minhas impressões a vocês. "Return to death" é digamos assim, um reinicio, um novo marco na história do Krueger. E com isso, o death metal está mais presente neste recomeço. Tendo em sua formação: Adriano - guitarra e Vocal, Thomas - guitarra, Maurício - bateria e ainda Zé Carlos - baixo, a banda traz seu registro com 09 petardos death com qualidade imensa em sua execução. A começar pela parte gráfica, que traz belíssima capa, fotos, informações devidas e muito bom gosto no planejamento. Por aí já se pode ter boas expectativas por este CD que é um primor. Abrindo com a música que dá título ao CD, "Return to death", que já dá um tapa na face e te acorda para acompanhar o som cru, bruto que a banda impõe com precisão. Um detalhe antecipado a audição que me veio a mente é que, quem os conhece, sabe que há alguns anos atrás, Thomas era baterista e hoje está no comando de uma guitarra. 

A partir daí, a audição se faz com informação, mas com surpresa ao atestar que as guitarras "rangem" muito bem, aliadas ao peso de uma bateria forte e um vocal muito bem mandado por Adriano, fazendo um pouco além do que o estilo sempre mostra em sua maioria. O baixo também deixa sua marca com competência, firme, audível e com passagens atraentes. O duelo de guitarras vai traçando o caminho e te convidado pra mais bate cabeça. "Blood" vem então de forma que você já tem noção do que pode vir e se sente mais familiarizado com o Krueger. Vocal rasgado e o peso da bateria me fazem desejar conferir um show da banda (pode apostar que em breve). Tudo vai fluindo muito bem e a intensidade sonora da banda tem algo a mais do que o visto na maioria. "Flesh, lust, temptation" chega com um clima interessante e vai crescendo, vai te cercando pra uma roda de agito. Fica quase impossível destacar algo individualmente quando se percebe tudo num patamar que traz coerência, traz a banda "numa mesma direção". A faixa é cadenciada, mas em momento algum deixa de ser rápida ou pesada. O baixo novamente está muito firme e gosto quando isso ocorre. Boas variações da bateria fogem ao comum e traz a criatividade presente. Seu finalzinho é um tanto interessante (rs). "Technology chaos" vem com a guitarra mostrando o quanto define bem a linha da banda, alterna muito bem as passagens e esse duelo de guitarras na banda é algo valioso ao meu ver. 

Posso afirmar que por todo o CD, a banda seja no conjunto ou individualmente cumpre muito bem a execução de cada acorde registrado. Formação, direcionamento, execução,... tudo muito bem elaborado. "Theaters of greed" e "Mr. Time" trazem peso brutal, baixo nervoso e fazem o poder sonoro da banda brutal, rápido e dosado nos devidos momentos. "Abstract process" segue mostrando o quanto esse registro foi minucioso em sua composição e direcionamento. Vencendo todas as correrias de manter uma banda e acreditar nos momentos de acertar o passo, o Krueger se consolida como um nome forte representante do estilo. Não fica pedra sobre pedra. "Imperfect" me remete aos áureos tempos da magia do metal, da década oitentista, das bandas que corríamos atrás para arrumar material e guardar o vinilzão debaixo do braço e dividir a audição com os amigos mais próximos. Pestilence me vem a mente!! A pegada da banda representa muito bem o que a maioria espera de uma banda de metal (seja de que rótulo for). A banda com sangue nos olhos, com adrenalina e garra na execução, na mensagem e na postura. Banda comprometida mesmo com o movimento e sua essência. E assim, "Inferno" vem complementar de forma muito especial este CD. uma música que me chamou bastante a atenção. É um trabalho para conferir, buscar sua cópia e mostrar aos amigos que de fato tem o música pesada correndo nas veias. Bruto, cru, técnico, melodioso e intenso... Estas são apenas uma palavras que podem defini-los.

Links da banda:

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