sexta-feira, 27 de junho de 2014

Resenha CD: Egocentric Molecules - Spheres of cosmo

Por volta de 1986, 1987, quando eu ainda editava fanzines (Headbanger Force Fan Club e posteriormente, o Rock'n'Roll Hell Fanzine), vim a conhecer a banda carioca SADOM, que veio a ser uma das bandas de um show que organizei em 1990, na Boate Porão. No evento ainda tiveram Taurus, X-Rated e Smashing Noisy. Bem, nessa época mantinha contato com o amigo Adriano Lima, do SADOM e assim fomos mantendo a parceria. O tempo corre, a gente perde um pouco do contato com as pessoas de determinadas épocas, mas o tempo traria de volta esse contato, essa parceria, já estando agora o Adriano com a banda EGOCENTRIC MOLECULES, que é a banda ao qual vou resenhar o CD "Spheres of cosmo", que chegou a mim como uma grata surpresa quando pude colocar para rolar. O nome do CD foi muito apropriado, pois o registro traz toda essa sensação e do início ao fim, não imagine que terá a mesma linha, pois ele traz variações muito bem determinadas. São 14 músicas do hyper trio thrash, tendo sido possível já conhecer "No one to hunt", que foi um single disponibilizado antecipadamente na rede. Adriano Lima - vocal e guitarra, Rafael Costa - baixo e Bruno Borges - bateria são os responsáveis pelo trabalho executado. "Spheres of cosmo" cuida muito bem de sua arte gráfica, com um encarte com boas informações, letras, fotos, contendo uma capa que gerou uma bela camisa da banda. Mais importante, seu conteúdo musical desfila pela old school com facilidade e para quem viveu a época mágica, isso não é pouca coisa. "Liberty" abre o CD já numa sonoridade suave, mas não pensa já em vagar pelo cosmo, pois Adriano logo já põe sua guitarra para encaminhar a banda no peso, aliado a seu vocal firme, bateria chegando junto com pressão e o baixo ali, complementando o que demonstra que vai ser interessante prestar atenção neste registro. A música tem uma pegada firme. A banda tende a receber muita atenção, por parte de um trabalho feito por quem está no meio porque é profissional. 

E como logo após vem a já conhecida "No one to hunt", a sensação de "já estar em casa" com a banda vai tornar mais fácil você esperar boas coisa. Cuidado com os "pipocos" no início da música, pois o som esquenta, o clima fica intenso e o bicho pega, pois vai querer curtir a partir daí cada acorde. Pude acompanhar a "montagem" deste trabalho e sei o quanto a banda se dedicou a ele. "Moonlight day" chega colocando a coisa intensa, ao vivo deve causar um frenesí na roda de agito. Não se parecem, mas não sei o porque, nesse momento me veio a mente "Up on high", do Sadom. Acho que talvez pela mesma pegada forma, rápida. Só posso afirmar que é uma boa comparação. Grandes trabalhos. E o pique segue mesmo rápido, pesado, com total energia e peso. É "Temptation" que vai ecoando nas caixinhas de som. "Sand man" é a próxima. Curti muito essa música. As guitarras ficaram muito bem, baixo e bateria complementaram de forma muito valiosa na construção dessa música. O andamento traz algo que eu sentia falta por um tempo. É bom perceber que o metal vai sempre resgatar sua essência. "Magneto Cromobol" chega suave, preparando o clima, o cosmo toma conta, você viaja. Ela é um passeio astral, um "volta a calma" para você relaxar e curtir. "Black market" é a próxima música, já trazendo a guitarra direcionamento o que vem por ai. O vocal sempre foi um ponto firme da banda. E durante todo o trabalho, é nítido o quanto eles se entendem, se entrosam na mesma ideia que permite segurança a execução de suas músicas. O trabalho de baixo e bateria trouxe cumplicidade ao veterano Adriano Lima, que passeia muito bem por estilos diversos em sua carreira pessoal e profissional. Essa música possui um clima sombrio, uma levada na medida. "The underground homeland" e "Cat space" seguem bem o trabalho, na mesma medida das outras. "Spheres of cosmo" é a música que intitula esse CD e eu tinha expectativa por ouvi-la. Expectativa superada quando ele desfilou aqui no player e me agradou!! Ela é apropriada desde seu título, sua concepção e direcionamento deste trabalho. O "defeito" é ela ser curta, uma espécie de Intro, pois a sonoridade dela é viagem pura. Então, o Egocentric Molecules volta a brutalizar com a rápida e pesada "Ice runs 3". Um pequeno solo de guitarra coloca nela uma certa atmosfera que a liga a todo o trabalho de forma interessante. "Ad locum tuum" abre com melodias suaves, me veio a mente música árabe em sua parte inicial (rsrs). É uma bela canção e se encaixa bem no trabalho desenvolvido. Apesar de sua melodia, o peso e técnica estão alí presentes. Bela música. "Sea of idiots" entra muito bem e ao meu ver, resgata o metalzão da fase nobre. O trabalho traz narrativa, muita guitarra deixando a sonzera forte, viva, com trabalho de baixo e bateria igualmente bem colocado. A música tem quebras de andamento que a tornam interessantes. E a bateria em muitos momentos soa com a batida exata para a entrada do vocal rasgado e clima denso que alí desenvolveram. Ler esta resenha não é melhor que conferir por sí mesmo esse grande trabalho. Me surpreendeu tanto que fico perdido no que passar de impressão. Para fechar, a breve "Magnect etheric energy". Talvez pelo nome da música, da temática do CD, você possa ter noção de como ela seja. Simplesmente: ouça! 

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