terça-feira, 26 de novembro de 2013

Entrevista: Social Decay (SOAD Cover)

Luiz Felipe "Rato", Heros, Lucas Faria, Daniel "Cegonha" 
Como é de conhecimento de muitos, eu abertamente digo que não curto a banda System Of A Down, não é muito a minha praia. Mas outra coisa que pra mim é inegável, é reconhecer o quanto a banda Social Decay, de Volta Redonda/RJ, executa (e muito bem por sinal) covers do SOAD, levando os ouvintes a um frenesi extremo. Merecidamente, a Quality Music presta sua homenagem a eles através desta entrevista, com o vocalista, Raphael Heros.

1- Começaremos então falando da proposta inicial da banda e a sua atual formação.
Primeiramente, eu queria agradecer em nome da Social Decay a você Vanderley, e a Quality Music, pelo o apoio ao Rock and Roll e ao Metal em todas as suas vertentes. Estamos contentes de poder participar aqui com essa entrevista. 
Bom, sobre a proposta inicial da Social Decay, foi formar uma banda para homenagear com covers o System of a Down, uma banda que com suas músicas, clipes e performances busca desde o início acessar as pessoas e alertá-las para as manipulações que todos nós sofremos, todos os dias, em todos os anos de nossas vidas; manipulação oriunda dos governos, das religiões, da grande mídia, das indústrias e grandes corporações. Nós curtimos muito a sonoridade e a mensagem que o SOAD traz, nos diverte e também nos alerta. Cada show que fazemos tocando essas músicas é uma oportunidade de propagar mais esse conteúdo. A banda tem aproximadamente 1 ano e a nossa formação é a mesma desde o início: Lucas Faria (Guitarra), Luiz Felipe "Rato" (Baixo), Daniel "Cegonha" (Bateria) e Heros (Eu, Vocais).

2- Em relação aos shows, que já conferi alguns e atesto que o público recebe-os muito bem, como é na visão de vocês essa integração de banda e público no momento que sobem ao palco?
Acho que nos damos muito bem com o público, que também é fã de SOAD, como nós. Nossa principal missão quando subimos no palco é nos divertir, e claro, divertir também quem está lá embaixo assistindo. A gente procura interagir com a platéia da maneira mais agradável possível; somos todos fãs da mesma coisa, vibrando na mesma onda, e o resultado disso é a troca de energia que toda banda quer com quem assiste. Podemos dizer que tem dado muito certo.

3- Atualmente há uma grande questão sobre cover e autoral, mas no caso, vocês são cover de apenas uma banda, um tributo, uma homenagem ao que curtem muito. Dito isso, pergunto: a banda pretende fazer sua música própria, ainda que não abra mão desse tributo?
Nós não vemos muito sentido em posturas que tentam separar ou classificar os músicos dessa forma. Criação e reprodução, são todas formas de manifestação da arte. Todos nós da Social Decay tivemos ou temos atualmente projetos que trabalham com músicas próprias. E se não tivéssemos também, acho que não teria importância. Fazemos esse som por que gostamos. O dia que der na telha de fazer alguma outra coisa, a gente pega e faz também. Já conversamos algumas vezes sobre compor mas, por enquanto, ainda não rolou. 

4- Acompanho muito a agenda de bandas e vejo que a Social Decay tem feito shows em diversos locais, cidades diferentes. Como tem sido essa receptividade e crítica de público e publicações
Tem sido muito bom. No meio desse ano (2013) tocamos em Pedralva-MG, no festival PEDROCK, e foi uma experiência muito gratificante para todos. Fomos muito bem recebidos, esse festival já acontece há vários anos, e esse foi sensacional. O vídeo do nosso show foi transmitido ao vivo via stream de internet, pra se ter uma ideia da estrutura. Tocamos também já duas vezes no RJ, no Calabouço Heavy & Rock Bar, que fica no bairro Tijuca. Lá já é um espaço de Rock super conhecido no RJ e rolam bandas tributos de grosso calibre, como Brazilian Maiden e Anesthesia (Iron Maiden e Metallica cover, respectivamente). O público é um dos mais animados, e isso pra gente é pura felicidade (risos). E claro, fizemos alguns shows em nossa cidade também (Volta Redonda-RJ), que foram memoráveis. A banda tem pouco mais de um ano, a gente espera tocar sempre mais e mais, em outras cidades da região, e fora também.

5- A banda é de certa forma nova, já tendo conquistado um bom número de "seguidores". Isso se dá ao fato de muito empenho e qualidade, ou o SOAD ter um número considerável de fãs? A pergunta soa estranha, porque eu mesmo já responderia que qualidade e empenho não faltam pelo que acompanho, mas, e na visão de vocês, rs?
A gente se empenha bastante, sim. Nós gostamos de trabalhar duro nas músicas, temos expandido o repertório de SOAD suavemente, de maneira a deixar as músicas bem tocadas. Também criamos uma espécie de performance "nossa" do show do System, com nossa identidade. Quando se fala que uma banda faz covers de System of a Down, imagina-se ela vai tocar uma música, ou duas. Três no máximo. Mas quando rola o comentário de um show inteiro 1, 2 horas de duração, a reação é de alvoroço, as pessoas ficam doidas de curiosidade, parecem não achar possível que isso exista ou aconteça, e fazem o possível pra ver o show. SOAD evoca alguma coisa nas pessoas, as músicas são mesmo muito boas. E, de fato, é bem raro mesmo, existirem tributos deles. É um som que traz uma mistura pesada, que gera grande tensão, e tem um certo nível de complexidade, que te faz ou abraçar, ou desistir de vez. Acho que estamos (ainda) na primeira opção (risos).

6- De que forma vocês encaram a questão de público nos eventos atualmente e o que pode ser feito para haver maior consistência na participação e apoio as bandas nacionais?
Existem algumas frentes diferentes, que devem trabalhar em conjunto para que o cenário se fortaleça e comece a crescer. Vou tentar ser sucinto, mas acho que vai ser difícil (risos):
1) Temos as bandas, que devem, primeiro de tudo, se esforçar pra tocar bem e fazer um bom trabalho, confiar na sua capacidade e mandar bala. Divulgar e divulgar, sempre. Procurar se informar dos espaços pra tocar e...tocar! Ficar na "garagem" não ajuda em nada. Respeitar a diversidade. E, acima de tudo, se valorizar. Saber o quanto vale seu trabalho, seu esforço. Nada é de graça, nem banco de praça; 2) Temos os produtores de eventos, gente engajada em movimentar espaços, ou que já possuem espaços e querem movimentar. A responsabilidade maior recai sobre a estrutura e reconhecimento das bandas: espaços legais, um bom som, bem distribuído, com gente qualificada operando, sem má vontade. Divulgação e divulgação. Tem que ser bastante organizado, e saber honrar os compromissos assumidos. E ter idéias, boas idéias, pra agregar valor a cada data de show. E principalmente, valorizar as bandas, por que, sem elas, não tem público, nem evento, só palcos vazios. 3) Por último, e não menos...o público! Esse que veste com orgulho a camisa das bandas que curte. Precisa estar aberto pra dar oportunidade para novos talentos aparecerem. E isso conta com: fazer presença nos shows (sim, você PODE e você DEVE IR!). Vejo muita gente reclamando que falta show, mas quando tem, não vai, então não adianta nada. Divulgue também! Se você não for, avise os colegas, às vezes eles querem ir. Compre CD's, DVD's, camisas, botons das bandas, adesivos... Não chore de pagar ingresso! Você está comprando a sua diversão, e também garantindo que as bandas tenham mais condições pra melhorar e os eventos, pra continuar acontecendo. Apóie! Adote uma banda (risos)!! Enfim, mas não deixe de dar apoio. Participar é exatamente a melhor forma de fazer.

7- Certamente, além de SOAD, que bandas mais vocês apreciam?
Curtimos uma pancada de bandas, de tudo mesmo, de grunge a metal mais extremo: Alice in Chains, Iron Maiden, Pantera, Slipknot, Korn, Lamb of God... e por aí vai.

8- Quais são os planos mais próximos para o Social Decay? O que pode nos adiantar sobre isso?
Estamos com um evento em Volta Redonda que vai rolar em dezembro, na Choperia do Porão, com mais duas bandas. Em breve divulgamos a data. Teremos mais em 2014, também no RJ. Vamos também trabalhar em ampliar nosso repertório, tocar mais músicas, pra fazer um show cada vez mais completo
deles, poder nos atender e atender aos fãs de SOAD.

9- Deixo aberto então esse espaço para uma mensagem final e meu abraço a vocês que tem feito o metal valer a pena com a colaboração de vocês.
Eu quero agradecer novamente a você e a Quality Music, pelo carinho e oportunidade. É com espaços como esse seu que a cena cresce, as músicas fluem e as bandas podem se expressar da maneira que devem. Obrigado mesmo. Queremos também agradecer a todos que participam e vão nos shows, em todos os lugares que tocamos, o nosso obrigado lá do fundo. Quando vocês estão lá vibrando com os covers, nós vibramos também. E somos gratos, claro, a essa banda que é o System of a Down. A espera continuar homenageando e divulgando eles, enquanto puder. Obrigado mais uma vez, e um abraço a todos. AND, FUCK THE SYSTEM!!!


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