segunda-feira, 23 de junho de 2014

Resenha: Metal On Planet - SEVCIUC, Melyra, TEVADOM e Tamuya Thrash Tribe

Quase sempre a minha resenha sobre um evento tem uma palavra chave, mas nesse evento, posso afirmar que muitas palavras seriam necessárias para demonstrar um pouco do que foi mais este evento. Começo citando que deve existir persistência no que se faz, mesmo tendo contratempos, mesmo com adversidades. Underground é osso, mas é nossa vida! O convite para os amigos comparecerem, prestigiarem um evento é árduo, é tentado até o último minuto, mas sempre vai estar lá pessoas muito interessadas e dessa vez, não foi diferente, amigos que pouco conheciam do metal nacional tomaram iniciativa e surpreenderam com coisas que viram, positivamente. As bandas são compostas de muitos integrantes, claro. E então, dentro de uma só banda, lidar com várias pessoas para encaixarem a mesma direção, o mesmo combinado pra um evento é algo minucioso, algo que requer seriedade e clareza. Tendo tudo montado, é partir pra parte prática, como chegada, montagem, definições e enfim, mostrar o que é de maior entendimento do público: a banda no palco. O evento ainda traria a participação de amigos que estavam expondo seus stands, materiais como camisa, acessórios, canecas e tudo o que pudesse nos cercar com o mundo metálico. A filmagem e cobertura do evento também estava bem preparada, nas mãos de quem tem feito um trabalho correto, dedicado. 

Resolvido tudo, era o momento da banda SEVCIUC iniciar seu set, detonado com energia para satisfazer um público afoito por mais uma noite de energia total. Com o set baseado em seu CD, músicas como "Bringin hell", "Condemnation nightmare", a maravilhosa "Romanian vampire", "Rebel", "Shine on the glass", que também curto demais, "Metal knights", o cover do Judas Priest, "Freewheel burning" e assim, a banda chamou a atenção dos que ali estavam e afirmar pelos comentários que ouvi e algumas pessoas com quem conversei, agradou muito essa apresentação. Vai realmente ser difícil destacar algum integrante individualmente, visto que todos ali estavam muito afim daquela noite, de colocar a música como principal atração. A qualidade técnica foi mostrada em grande estilo, podendo a cada novo trabalho, buscar consolidação ao que eles se propõem. Alexandre Fersan na bateria, Mario no vocal e guitarra, Thiago D'Lopes na guitarra e Rick Ferris no baixo fizeram daquele espaço, um pedaço a mais da história que carregam. A sonoridade da banda carrega elementos que hoje já não se vê em muitas bandas. O som mais tradicional anda cedendo espaço aos sons mais brutais e também com sons com inclusão de novos elementos. Pode correr atrás do CD da banda e conferir detalhadamente seu potencial. Essa apresentação trouxe certamente, muita conquista e mais um capitulo escrito, de forma positiva. 

Era a hora então da banda MELYRA estar no palco para mais um show em eventos da Quality Music. É declaradamente uma banda que apoio, que tenho carinho e enxergo que podem crescer muito. Em pouco tempo de banda, já tiveram duas mudanças numa das guitarras, mas sempre com substituições que fizeram bem a banda. Melyra foi uma banda que acreditei quando ainda não tinham estrada, quando não tinham muita história. Acho que por enxergar nelas vontade, dedicação e um entrosamento, busca do ideal sob o mesmo direcionamento escolhido. Abandonando rapidamente os covers, passaram a compor e tornar seu set mais autoral, o que faz muito bem para banda. Mariana canta muito, que voz! Fernanda toca guitarra de forma que se aperfeiçoa cada vez mais e cresceu muito em sua função. Ana com sua experiência de bandas e estrada, detona com amor o que faz, tendo naquela bateria, um ponto alto da banda. Maria Fernanda, ou ainda Maf, como a chamam na banda, é a mais recente na formação, mas "caiu" muito bem naquela vaga, trouxe para banda motivação ainda maior. E Helena, a Melyra que mais tenho amizade, sinto que ela se solta a cada nova apresentação e pode ter certeza, tem sido muito importante o desempenho que vem tendo junto a banda. Sou apenas um fã de música, um divulgador e assim enxergo as apresentações. Não posso e não sei avaliar ninguém "tecnicamente", mas numa resenha, eu creio que o importante é transmitir a emoção sentida, para que todos confiram por sí mesmo o que rolou de fato. Bem, em meio as apresentações, eu me deslocava intensamente para acompanhar a todos os presentes. Tanto os amigos que estavam "a trabalho", como os que foram se divertir. Contatos valiosos! Ainda em tempo: o set da Melyra continha suas autorais como: "Nightmare #1", "Catch me if you can", "Fly", "Silence", alguns covers como "All we are"(Warlock), "Enter sandman" (Metallica) e outras músicas mais, tendo fechado muito bem com "N.I.B." (Black Sabbath).

Expectativa rolava então para apresentação da TEVADOM. Após conferir a nova formação nos vídeos-ensaios que disponibilizaram, fiquei ansioso por poder estar ali conferindo a apresentação da banda, com seu thrash metal de muita energia. Anteriormente já pude conferir a banda com outra formação em Barra do Piraí/RJ e já era muito boa a apresentação, mas confesso que ver a nova fase da banda, foi entender que algo promissor está se desenvolvendo. Gosto da postura em palco, gosta das músicas que escolhem, tanto autoral ou alguns covers que levam. Roberta na guitarra e vocal, Flora no baixo e com as novas integrantes, Fernanda na guitarra (Sendo ela também integrante da Melyra) e Gabriela na bateria, a banda pode ter criado uma disposição maior para seu registro tão esperado. A dificuldade que de repente tenham de tempo/ensaio é algo que pode atrasar isso, mas elas tem se aplicado com entusiasmo. Não é somente carinho pela banda, amizade que me faz vê-las bem, mas a vontade, a capacidade e o que já demonstraram em ação. Tecnicamente é nítido perceber que tem potencial e que faz bem a quem assiste. Ganhar a estrada vai trazer benefício imenso e pode apostar, a Quality está no apoio. A banda fez um set curto, até mesmo pra controle de horário, ficando com gosto de quero mais, entretanto, "Intro" (Belíssima), já emendando com "Song of darety", o cover do Metallica (da fase que amo), "Creeping death", "Bomb", "Domination", o cover do Slayer levado com fúria, "South of heaven" e fechando muito bem com "Take you to death". Certamente o público gostaria de mais. Roberta interage bem com o público, lança sobre eles a fúria que o público deve mostrar num show metálico. Coisa que sempre observo é a interação de banda e público. Gabriela me deixou meio hipnotizado com sua apresentação, se virando muito bem com a bateria que tinha a disposição. Não posso deixar de destacar também que como pessoa, foi incrível conhece-la um pouquinho mais. E ainda falando em público (não apenas desse evento), tem que chegar junto do palco, tem que perder a timidez e detonar aquele momento, extravasar a semana difícil alí, botar pra fora a raiva que tanta coisa nos incomoda. Fica então a expectativa pelo registro da banda. 

Subia então ao palco o quarteto TAMUYA THRASH TRIBE, principal atração da noite. A banda brutalizou, não deixou interferir o cansaço inclusive de integrante que havia passado o dia na estrada em cima de uma moto. A banda subiu ao palco com pressão, com fúria e intensidade que foram vistos por toda a apresentação. A cada nova música a banda parecia ainda mais rápida, brutal e ao mesmo tempo trazendo melodias muito bem criadas, andamentos que prendiam a atenção do público, logo novamente voltando ao peso, ao agito insano. Um público ávido por aquela apresentação. Luciano vociferando as letras e convidando ao público para participar daquele ritual, acompanhando com sua guitarra carregando riffs avassaladores, Leonardo não parecia ter enfrentado a maratona da estrada tamanha era a energia que impôs a sua apresentação, embora perdesse de leve o equilíbrio as vezes hehehe. JP "Chewbacca" socava com seu baixo com vontade, tirando dele um som hipnotizador e muita disposição para dar suporte com segurança. Na bateria a banda contou nessa apresentação com Bruno Rabello, Tamuya conteve petardos como: "Agonising and insufferable", "1814", "Missions (Roots bloody roots, sim, deles mesmos que vocês pensaram)", "Last ball", "Uti possidetis", "Tamuya" e fechando muitíssimo bem com a conhecida de seu clipe "Immortal king". Um show onde somente estando lá para conferir vai entender tudo o que não posso passar em termos de emoção, qualidade e empenho. A banda é um grande expoente do estilo, com Luciano e Tamuya com grande carisma e prestigio no meio musical e a banda merecedora de espaço, reconhecimento e apoio. A banda é de primeira linha, encara o desafio e mostra a que veio. Crescimento por parte deles é a cada novo trabalho, mas cabe ao público o reconhecimento, valorizar o que é feito seriamente, com qualidade e profissionalismo. Procure conferir o video da banda, "Immortal king" e você poderá ter uma noção mais direta do que é esse trabalho. A banda somente terminou sua apresentação porque segunda feira bateria a porta chamando muitos para o trampo e o transporte é algo não confiável em nosso país, fazendo assim, todos retornarem aos seus destinos. 

Isso pede show no sábado, de virada então! Somado a tudo isso, a Use Diva, a ChiliRock e Vivi Alves Metal Custom estavam lá presente com seus stands de belíssimas camisas, acessórios e artigos que o mundo do metal tem nos proporcionado. A Eu Grito rock também trabalhou intensamente com sua filmagem do evento e cobertura, com fotos a vontade. Meus amigos Marcelo e Rosana representaram a Dark Side Rock com apoio e amizade, mostrando que podem ensinar bastante sobre eventos. Amigos de volta Redonda/RJ, que integram por exemplo o Grupo "Rockers da A à Z" foram conhecer mais de metal nacional, visto que essa foi uma das enquetes do grupo. E amigos que também foram prestigiar, conhecer o espaço e o que a Quality Music faz além de tocar música e postar em página rsrs. Em relação a casa, a Planet Music, o espaço é muito receptivo, com a equipe sempre colaborando, sempre trabalhando com a amizade e parceria. Nossos amigos Guilherme e Tiago, da Vitoria Turismo e Locação, tem sido outra boa parceria, fazendo o deslocamento na van com segurança e profissionalismo. Se deixar faço disso aqui uma enciclopédia, mas sempre há algo, alguém a mais a se agradecer o apoio. Estando lá, "me cobre" uma foto, será um prazer registrar pra contar a história posteriormente. Underground vive! Ele tem barreiras, ele é árduo, mas não pode ser imundo. Que a consciência da necessidade de algo melhor sempre venha. A Quality Music Web Radio agradece mais uma vez a cada um dos que lá estavam.

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