sábado, 14 de junho de 2014

Como o instrumento que você toca hoje entrou em sua vida? Que influência ou gosto musical de seu instrumento você pode citar? E como você vê a participação desse instrumento nas bandas em geral?

Thais Dias - O meu instrumento é o baixo e ele entrou na minha vida tardiamente, pois queria tocar bateria ou piano, e a bateria foi vetada na minha casa por causa do barulho, então fui estudar teclado e neste instrumento toquei em bandas de metal e fiz uma participação na banda dos anos 90 "Quintessence", depois fiz uma pausa na minha vida musical por causa do vestibular e somente com 20 anos uma grande amiga e eu fomos montar uma banda chamada Trinnity e ela sugeriu que eu ficasse no baixo e ela ficaria nos vocais. Como essa amiga é baixista também, ela acabou sendo minha 1ª professora de baixo e ainda me emprestou seus baixos para os ensaios, shows e gravação do nosso CD Demo, até que eu comprasse o meu baixo. De lá para cá a clave de Fá virou uma paixão e uma forma de vida para mim. Meu gosto musical é bem amplo, até porque minhas primeiras influências foram MPB e Rock Nacional, então por exemplo, eu curto o estilo de baixo das músicas do Raul Seixas e Mutantes e também gosto muito do Arthur Maia. No começo da adolescência foi que passei a gostar de Metal e suas vertentes e gosto muito do Tony Levin do King Crimson e Liquid Tension, Roger Waters, curto o estilo roqueirão do Lemmy, Billy Sheehan, John Paul Jones e outros tantos. O baixo é a "cama" de todas as músicas, é o que sustenta os outros instrumentos, sem ele o som fica vazio. Claro que todos os instrumentos são importantes, mas sem o baixo, mesmo quem é leigo, sente que falta algo importante na sonoridade.


Hélio Guará (Hellmotz) - Pouca gente sabe, apesar de não fazer disso um segredo; mas eu toco bateria. E quando comecei a ter banda e tocar, era como baterista. E assim foi desde os meus 15 até os 25/26 anos mais ou menos, quando numa banda que tive - a Steelsoul, onde me aventurei a tocar batera e cantar ao mesmo tempo - um guitarrista viu uma pegada diferente que eu fiz na época enquanto cantava e resolveu me tirar da batera e colocar no front. Dai eu passei apenas a ser vocalista, até essa banda acabar. E depois quando veio a Hellmotz, eu continuei pois tinha formado a banda com o Ronnie, e ele toca bem melhor que eu. Então dai pareceu ser a escolha mais sensata, deixar a batera por conta dele. Fora que eu comecei a gostar do lance de cantar...Ainda amo tocar batera, e tenho projetos em mente pra poder voltar a tocar (sem cantar!). Mas o lance de ser vocalista, surgiu totalmente por acaso, acidentalmente, e desde então venho fazendo o possível pra não decepcionar. Sendo algo relativamente novo pra mim, a todo momento fico observando, analisando, estudando vocalistas de outras bandas - famosas ou não, e especialmente as mais próximas como as de amigos e conhecidos - pra ver o que seria possível aprimorar, melhorar...E no que diz respeito a ser batera e ser vocalista eu digo: meio que extremos opostos, ambas com vantagens e desvantagens, mas não me arrependo nenhum pouco de ter feito a mudança de foco.



Leonardo Cintra (Statik Majik) - Meu instrumento, guitarra, entrou em minha vida desde a primeira vez que eu assisti ao clipe de "I Love it Loud", do KISS, aos sete anos. Ali, eu percebi que aquele pedaço de madeira emitia um som inigualável. Mas somente aos 15 anos que eu tive grana pra comprar minha primeira guitarra, uma Golden! De lá pra cá, só cresci como guitarrista. Hoje uso uma... Gibson! Minha maior influência é o Slash. Uso modelo Les Paul não é à toa! Dentro do Heavy Metal, a guitarra é "O" instrumento. Penso que no Metal temos 3 alicerces: guitarra, voz e bumbo. E, de certa forma, todo homem é guitarrista. Nem que seja de air guitar!


Daniel Iannini (RATTLE) - Eu tinha uns 14 anos quando passei a me interessar pelo baixo, me intrigava aquele som grave e encorpado, com técnicas desenvolvidas que produzem uma ótima sonoridade... Vendi minha primeira guitarra de iniciante que tinha, e comprei meu primeiro baixo passando a estudar sozinho como já fazia com o violão e a guitarra. Desde então nunca mais parei, o baixo tem sido meu instrumento principal. Eu comecei a me interessar pelo baixo ouvindo as linhas do Black Sabbath e o Metallica, esses foram os primeiros e mais influentes. Depois quando estava aprendendo o baixo em vídeo aulas, descobri o Nico Assumpção, simplesmente um gênio e inovador nesse instrumento, com certeza um músico influente. Depois comecei a ouvir outros também.. A maneira de tocar do Jaco Pastorius também me chamou bastante atenção com sua “pegada” bem marcante. Justamente essa participação que me chamou atenção, seja em qualquer estilo o baixo tem seu lugar e aparece somando bastante . O baixo tem possibilidades muito interessantes. A harmonia e o ritmo estão sempre juntas e podemos explorar bastante esses recursos pra soar bem.

Paula Oliveira (Vetitum e Trail Of Sins) - Comecei a tocar guitarra aos meus 15 anos... Era daquelas adolescentes que ficava fazendo “air guitar” enquanto curtia um som trancada no quarto. Quando me perguntaram qual seria meu presente de 15 anos tive a ideia de escolher uma guitarra, por que não aprender realmente? Desde então muito se passou, comecei a tocar influenciada por bandas como Metallica, Pantera, mas as bandas que acabei integrando, Vetitum e Trail of Sins, sempre tiveram influência de doom, gothic, dark metal... Estilos que confesso que não ouvia muito antes de passar a integrar bandas com vocais femininos em 2001. Em 2013 comecei a tocar baixo, por acaso, quando a Trail of Sins estava procurando por baixista. Já era fã da banda e acabei me candidatando e gostando muito de tocar baixo também. Quanto à participação destes dois instrumentos nas bandas em geral, a guitarra é indiscutivelmente um símbolo do rock/metal, uma protagonista nas bandas. Já o baixo, um coadjuvante, muitas vezes não muito notado, mas sempre exercendo um papel importante e essencial a todos os estilos.


Vivi Alves (Mortarium e deCifra me) - Em 2006, a banda deCifra me começou as atividades e nós não tínhamos baixista. Eu, que tinha acabado de sair de um emprego, tomei a decisão de usar minha rescisão para comprar um contrabaixo (o meu Condor azul). O detalhe mais interessante é que eu não sabia uma nota sequer, nunca tinha tocado instrumento algum! Enfim, comprei o baixo e junto com ele, umas revistinhas daquelas de banca de jornal e assim comecei a tocar e compor. Sempre achei contrabaixo o som mais gostoso de uma banda, nunca curti muito solos de guitarra por serem agudos e estridentes.. admirava muito o Flea do Red Hot Chilli Peppers e o Jason Newsted na época do Metallica. Contrabaixo é muito mais importante do que leigos pensam. Não é só uma "guitarra com menos cordas". É o peso, a base. Conversa com a bateria como ninguém.


Guilherme Hawthorn (Hawthorn) - Comecei a aprender bateria inspirado no meu irmão mais velho, que inclusive desistiu depois de um tempo, eu tinha uns 13 anos quando comecei a aprender observando ele tocar, eu via e depois o imitava em casa, foi assim que aprendi o básico do instrumento, mas realmente levei a sério a bateria depois dos anos 2000, quando eu procurei a estudar pegar aula e praticar de verdade. Os bateristas que eu mais gosto são: Gene Hoglan (ex Death, Testament etc.), Trym (Emperor, Zyklon), Tjodalv (ex Dimmu Borgir) e Helhammer (ex Dimmu, Arcturus, Mayhem, etc.)



Caio Garibaldi (AnamA) - A guitarra apareceu em minha vida aos 8 anos de idade...através do meu primo que comprou uma e disse que começaria a tocar... Nunca foi permitido que eu encostasse nela... Ele dizia que se um dia eu quisesse encostar nela, teria que tocar melhor que ele... Foi em 2002 que consegui comprar minha primeira guitarra... Segunda mão, velhaça! Nem tensor no braço tinha... E formei minha primeira banda... O tempo passou, me dediquei e hoje a guitarra que era do meu primo está comigo... Presente de natal que ganhei há uns 5 anos dele... (chorei pra caralho nesse dia...). Bem... no meio do rock e metal, posso dizer sem medo de errar que é um dos instrumentos mais caracteristicos, afinal na maioria das vezes é utilizado como "simbolo" do estilo em questão... David Gilmour, Morten Veland e Joe Satriani sem dúvida nenhuma fazem parte das minhas principais influências! Muitos dos meus fraseados acabam sendo inspirados por musicas deles!


Gustavo Diaz - Toco guitarra desde os 14 anos, e como já ouvia rock desde uns 12, a guitarra era o instrumento que mais me chamava a atenção, principalmente os solos, eu queria saber de todo jeito como era produzido aquele som tão diferente. Então comprei a minha primeira guitarra, bem simples na época e montei minha primeira banda com o pessoal da escola. Alguns de meus guitarristas favoritos são Steve Vai, Yngwie Malmsteen, Ritchie Blackmore, Tony Iommi, Adrian Smith, Dimebag Darrel, etc… A guitarra, no rock/metal, é fundamental e um guitarrista que se preza sabe se impor no momento certo da música, criando riffs e solos que se tornem marcantes, dosando bem a melodia com a técnica!



Reinaldo Leal (Unmasked Brains) - Meu primeiro contato com música foi meio que espontâneo e casual: minha mãe tinha um violão velho, com uma corda apenas. Eu comecei a mexer e percebi que eu acertava com facilidade as notas de melodias de músicas que eu ouvia na época ... acredito que tinha 11, 12 anos. Mas meu primeiro aprendizado teórico foi com um teclado que ganhei aos 15 anos. E foi o instrumento usado na banda que tínhamos na escola (Milícia Armada, pré Unmasked Brains). No mesmo ano eu comprei uma guitarra, e na base da prática e da facilidade que tinha com a identificação de notas (ouvido bom), fui aprendendo o instrumento ao mesmo tempo do desenvolvimento da banda. Eu nunca tive aula teórica, e não me vanglorio por isso. Foi uma acomodação minha, pois tem um senhor que até hoje eu tenho o prazer de tocar junto, que na verdade é a minha grande influência, que é o Guga (LGC), guitarrista e compositor da banda. Ele é um monstro, acompanhei toda sua evolução musical e técnica, e o que hoje eu sei é graças a observá-lo tocando. Acabei focando em treinamento de bases e consistência da sua execução, então por isso pouco me arrisco em solos, pois sei muito bem meu lugar e até quanto eu posso chegar sem perder a qualidade. A guitarra é um instrumento fundamental em bandas de metal. O que se deve ter em mente é a honestidade, ou seja, o grau de dificuldade de uma composição deve andar de mãos dadas com a capacidade técnica de quem for executar. E talvez da simplicidade venha as mais brilhantes ideias!

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