quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Parte 2: "O que você acha do atual heavy metal nacional e como ele está em sua vida atualmente? Cite pelo menos duas bandas de destaque do metal nacional em sua opinião".

Sigried N. Bucheweitz (Blog Rio de Metal) - Ultimamente, tenho vivido intensamente a cena underground e gostando muito!  Sempre que a minha rotina puxada permite, vou a shows de bandas independentes e não me arrependo. Vá lá, metal é um estilo musical exigente, muitas vezes os lugares não têm infra, o que prejudica principalmente o som, mas ainda assim é divertido. A relação tão próxima entre músicos e platéia compensa as deficiências. Isso sem mencionar o preço camarada. Minha experiência mais recente fora do underground foi o Rock in Rio. Não tem como dizer que é ruim, certo? Tudo muito organizado, grandioso, bandas famosas... Mas é tudo tão distante... Fiz questão de ver Slayer e Helloween bem de perto mas (queria ter visto Krisiun também, mas estava na fila pra entrar), podem me chamar de louca, acho que ainda prefiro estar num evento menor e com bandas menos conhecidas, do que ficar a uma distância tão grande de quem está no palco, pois pra mim a coisa perde o sentido. Mencionar só duas bandas de destaque é uma missão quase impossível, mas vamos lá. O enfoque do meu blog é o rock fluminense, são esses os shows que frequento e a agenda do Rio de Metal é dedicada a isso, portanto vou citar bandas daqui. Sem medo de ser tendenciosa, vou mencionar a Unmasked Brains; acompanho de perto e percebo quantas pessoas têm passado a curtir os shows deles e a acompanhar a agenda da banda.
E destacaria também a Forkill, que tem divulgado muito bem seu trabalho através dos shows, além de conquistar espaços interessantes, como por exemplo abertura de bandas gringas. 


Gustavo Maiato (Heavenside) - Acho que o heavy metal nacional está crescendo. Se na década de 80, o death metal imperava por aqui, o carro-chefe dessa vez é o power metal. Considero o Hibria como a melhor banda de metal nacional atualmente. Pra falar dos novos nomes, gosto muito da carioca Innocence Lost também. O trabalho deles é muito bom. O heavy metal pra mim é uma parte muito importante da minha vida. É muito mais do que simplesmente a música. Eu respiro heavy metal, até minha monografia de Jornalismo foi sobre o gênero. Tenho o heavy metal como um “amigo”, um lugar que gera um senso de pertencimento muito forte para mim. 




Raphael Martins (Signatus) - "Muitos dizem que o Heavy Metal está morto e de certa forma estará para as pessoas que não o apoiam. Muita gente só sabe reclamar dizendo que não há eventos, banda boas surgindo, etc. Mas são estas mesmas pessoas que não vão aos eventos, não compram camisas, CDs, etc. Nunca tive pretensões de viver de música, até por conta da pouca valorização que temos. Entretanto, sempre procuro ir aos eventos, shows, etc. Sei que podemos fazer muito mais, mas prestigiar o show das banda é o mínimo. A galera só sabe reclamar, mas não fazem por onde. Além das bandas "amadoras", há ainda as outras grandes do nosso Heavy Metal, como o Almah por exemplo. Lançaram um puta disco, o Unfold, que está recebendo diversas críticas positivas. Eles tem tudo para se consolidarem de vez no mundo metálico. Não só o nacional como o internacional também. Há outras grandes bandas surgindo ou tentando se manter firmes. Age of Artemis, Angra, e outras tantas que não são tão conhecidas assim, mas possuem um trampo tão competente quanto. 


William Farias (Nitrovoid / In Absenthia) - A cena Metal no Brasil teve um crescimento extremamente notável nestes últimos anos. Não sei explicar o que aconteceu exatamente, mas vejo muitas portas se abrindo e um número significativo de bandas de excelente qualidade dando as caras por aí. Além do que, o público tem dado mais valor ao som aqui da terrinha. Fico muito feliz porque o heavy metal não é um estilo tradicionalmente brasileiro e mesmo assim vai ganhando espaço para o pessoal mostrar seu som tanto aqui quanto em terras estrangeiras. Caras que servem como ótimo exemplo disso são o Hibria e a Distraught, ambos aqui do Rio Grande do Sul. Tenho ouvido muito os sons deles e não me surpreendo que tenham caído no agrado da galera. Composições super trabalhadas, melodias nervosas e que te fazem banguear mesmo que involuntariamente. Tudo na medida. Posso dizer com toda a certeza que o Metal brasileiro não deixa nada a desejar em comparação com as bandas de fora do país, apesar de a cena ainda necessitar alguns pequenos reparos. 




Thuany Motta (Primícia) - Percebo, especialmente nos últimos anos, um levantar de bandas de Heavy Metal no Brasil. Elas têm se formado e surgido nos mais diferentes lugares, o que me leva a imaginar uma necessidade dos jovens e adolescentes em resgatar aquilo que sempre deu certo. Entra geração, sai geração, o Heavy Metal permanece. Particularmente, ouço o estilo desde os 13, 14 anos e sempre busquei ir além das bandas clássicas que comumente são apresentadas aos novatos. Essa procura se direcionava às bandas nacionais. E acho válido destacar duas bandas que sempre estiveram presentes na minha vida e se, ainda não são tão conhecidas, tem tudo para ser: Madame Saatan, de Belém do Pará e Oraculo, de Fortaleza. 


Alex Souza (Unknown Code) - O metal no Brasil está numa época boa, temos muitos músicos competentes, muitas bandas criativas, música cada dia bem mais trabalhada, porem a falta de público presente nos shows, deixa a desejar. Isto é fato, temos bandas que fazem apresentações impecáveis, shows incríveis, não ficam atrás de nenhuma banda "gringa", mas com a falta de público acabam desanimando um pouco. Outro tema bem polêmico que há no meio do Heavy metal é a falsa união  entre bandas, entre público e bandas e em certos casos a união de músicos entre si. Vejo em várias matérias bandas se dizendo ser melhor que a outra, músicos que não respeitam o publico,  o público as vezes é muito crítico, acho que uma coisa leva a outra, deve haver um meio termo nessa historia. Temos bandas incríveis no Brasil, olha o Hibria ai, fez uma mega apresentação no Rock in Rio, um dos melhores shows do dia, sem contar que a parceria com o Almah ficou Animal. 



Fernanda Brasil (MorrigaM) - Na minha opinião, a cena metal está crescendo muito. Não somente na minha cidade, como nas outras, vejo bandas daqui se destacando, como: Matinta Perera, do Murilo Rodrigues e Keona Spirit, de Ravel Amanajás, uma galera que tem futuro. E as de outras cidades, que eu vejo um destaque enorme, são: Necromesis, da Mayara Puertas e a Hellarise, da Flávia Mornietari. Apesar do Metal não ter o apoio merecido, ainda tem gente que luta muito por ele. Eu sou uma que por onde eu for, levarei o nome do metal nacional. Acredito que se o público começar a apoiar mais as bandas nacionais, o metal nacional irá conseguir mais destaque nas mídias nacionais e no mundo. 


João de Freitas Paraiso (Left Hand) - Acho que O metal em vários estados está crescendo muito, tanto de público como de bandas e isso está gerando o interesse de grandes investidores, o que antes era o circuito do mainstream SUDESTE-SUL se estendeu para NORDESTE, NORTE e DF; o que dá a oportunidade de bandas underground de qualidade a ganhar espaço, abrindo para bandas de maior porte. Assim como festivais que mesclam underground com mainstream, a experiência é super positiva para todos. O metal pra mim é um forma de levar a vida, onde resumo: tentar levar tudo possível de forma positiva, perseverar, pois na vida recebemos mais notícias ruins do que boas, PORÉM se valorizar quando necessário. Mudei toda a minha vida para viver de música, largando faculdade de administração e saindo de um emprego que muitas pessoas adotariam para o resto da vida, não sinto remorso, pois acredito que o Brasil tem tudo para ser um país onde se possa viver com música, inclusive com minha vertente, o HEAVY METAALLL! Duas bandas que destaco são VOODOOPRIEST e BANDANOS. Apesar de serem estilos diferentes, pessoalmente acho as duas impecáveis, além disso todos das bandas são caras super humildes e disponíveis para conversar com um fã. Bandanos é minha banda crossover preferida desde que assisti o show deles quando era moleque; e Voodoopriest, que apesar de estar começando agora, será uma das próximas bandas a mostrar pro resto do mundo que o Metal brasileiro não brinca em serviço, aposto todas minhas fichinhas neles! 


Renato Domingos (Armahda) - "O metal no Brasil sempre foi importante, principalmente o movimento do meio dos anos 80. O headbanger da época sentia a necessidade de se expressar, assim como os europeus já faziam por mais de 15 anos. E isso foi fundamental para abrir portas e desenvolver o metal no país. Acredito que esse movimento tem ganhado força novamente nos últimos anos, desta vez abrindo o leque para todas as vertentes do estilo. Hoje temos bandas de power, thrash, black, progressive, folk, etc. e o nível de composição e gravação está altíssimo. Muitas bandas brazucas (além das já consagradas) vêem sendo referência no exterior. É o caso do Hibria, Violator, Mindflow, Unearthly, HellLight… O futuro está ao nosso favor: tecnologia, internet e mídias sociais têem papel importantíssimo na divulgação de bandas novas. Basta o público valorizar essas bandas, indo aos shows, comprando os CDs, compartilhando sempre. E as bandas devem continuar criando, metendo a mão na massa! Exemplo disso é o Woslom, In Soulitary, Nervosa, Jack Devil, Patria, Fire Strike, Eletric Age, Vandroya e muitas outras… Com isso, espaço e patrocínio vêem naturalmente. Gostamos tanto disso que eu e o Maurício Guimarães do ARMAHDA lançamos um álbum em que todas as músicas abordam a História do Brasil. Todos nós sabemos que a cena metal no Brasil nunca vai morrer, mas podemos mantê-la forte e deixá-la lado a lado com a mundial."

Roque Dortribe (Disorder of Rage) - "Cara... o Metal nacional de uns tempos pra cá tem crescido mais e mais, parece que tá tendo aquele boom novamente, bandas novas nascendo, bandas velhas na ativa de novo, muitos CDs fodas sendo lançados no mesmo ano. Chega a ser difícil citar uma ou duas, pois são tantas... O bom do Metal é isso, nunca morre, tá sempre ae, mesmo com seus altos e baixos, chega estilos novos, as vezes pra somar, as vezes moda passageira... Mas o importante é fazer rock pesado e foda-se o gênero, estilo ou o que for... O que importa é o peso rolando e mantendo a cena viva, a chama acesa. Eu tenho ouvido tanta coisa nova q tem surgido, com a internet hj em dia é tudo mais fácil, mais prático pra você conhecer alguma banda do outro lado do Brasil. Na época q comecei com banda era no lance de troca de fitas k7 via carta e conhecendo as bandas e headbangers via zines xerocados e carta social, mandando flyers de shows, de bandas e tal... Hoje em dia tá facil de conhecer bandas novas. O último CD que comprei foi de banda nacional e tenho ouvido demais, que é o "Imortal' da Confronto. Muito foda, os caras mandaram bem pra caralho nesse play, se superaram. Outra que posso destacar na cena atual e que sou fã desde a segunda demo, é a banda dos nossos brothers do Claustrofobia, que tem feito shows cada vez mais energéticos e insanos representando com honra o Brasilzão." 


Steven Neal Redditt - "Eu, como compositor heavy metal com 03 décadas de atuação no Brasil, sou meio suspeito para falar... mas... vamos lá... Acho que o heavy metal no Brasil está entrando em uma nova fase, com muitas bandas e músicos novos ... Todos criados na era da internet, com vasto acesso a informações e tutoriais online gratuitos... Aprendem como fazer o som acontecer direito rapidamente... Basta querer aprender e ter um computador ligado na internet... Outra mudança é a disponibilidade de equipamentos de nível profissional, que aumentou muito ultimamente... Vejo muita gente comprando e usando amps valvulados, que foi uma tecnologia praticamente abandonada por músicos no Brasil por décadas... Na minha opinião, sem amps valvulados, não existe heavy metal e a insistência das bandas em tocar com transistorizados atrasou o heavy metal brasileiro por muitos anos... Gosto de algumas bandas tupiniquins... Curto a luta de umas meninas de Maringá... Panndora, e também (suspeitamente) gosto muito do novo disco do Egocentric Molecules. Citar apenas duas bandas é meio tenso... Tem bastante talento surgindo e com longas estradas de luta... Cada banda com seus valores... Resumo: Acho que em breve veremos um ressurgimento da popularidade do estilo por aqui... Devido à alta da qualidade apresentada... E à resistência das bandas e da mídia especializada.

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