quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Entrevista: SYREN

Quando numa banda você encontra um vocal de grande capacidade e variações, guitarras "afiadas", recheando as músicas com riffs pesados e a cozinha funcionando com um poder sonoro intenso, vem a pergunta: "Esta banda tem tido o espaço que merece?" Vamos então saber mais sobre a valiosa banda SYREN.

1- Começo com a tradicional pergunta: qual a atual formação da SYREN, o seu estilo musical e se o mesmo está sendo cumprido desde seu projeto inicial?
A formação atual é: Luiz Syren - Vox, Guilherme de Siervi - Guitars, Júlio Martins - Batera e atualmente Maurício Martins substituí Bruno Coe no baixo, pois o mesmo está no Canadá e voltará as suas funções ano que vem. O estilo é metal simples e pesado, nunca mudamos o nosso estilo. As bandas que fazíamos parte eram de estilos variados e todos trouxeram suas influências, mas, com a base no metal pesado e direto.

2- Inúmeras vezes vi elogios ao trabalho da banda e pude constatar isso ao som do CD "Heavy Metal". Como tem sido para a banda a opinião da crítica e do público?
Estamos imensamente felizes e surpresos com a quantidade de elogios ao nosso trabalho. As críticas não poderiam ser melhores, a recepção nos shows também estão incríveis, o reconhecimento de um bom trabalho vem disso e estamos felizes.

3- No Rio de Janeiro nunca faltaram bandas de grande valor para o cenário metálico nacional, mas sempre tivemos problemas com espaços e apoio para os shows. Hoje há um intercâmbio legal entre bandas, zines, rádio e blogs, o que tem facilitado um pouco a saída das bandas para outros estados. Em geral, como estão os shows para  o SYREN?
Os shows estão ótimos, estamos recebendo bons convites com promotores honestos até agora, principalmente depois do lançamento do nosso clipe "The End ". Acho que isso é uma resposta pelo investimento e dedicação  que temos para com o estilo.

4- A composição do material do CD me agradou muito, mostra uma banda competente, experiente para lidar com essa criação. Como vocês elaboram o material a ser apresentado aos público?
Normalmente as músicas nascem do riff, e vamos improvisando em cima dele. No "Heavy Metal", Bruno e o Alex Macedo (ex-guitar e produtor do álbum) me mandavam os instrumentais para eu colocar a voz, o novo álbum foi composto de modo diferente. Tudo nasce de um riff poderoso que vai influenciando todo o resto da música.

5- Vocês fizeram uma turnê sul americana? Nos conte um pouco sobre isso. De que forma surgiu essa oportunidade e qual foi o saldo desse giro?
Nosso batera da época MKult (Coldblood) tem uma agência de tours (Mkult Prod.). Topamos a idéia de fazer uma tour de 40 dias. Foram momentos inesquecíveis, você ver pessoas de um outro país cantando sua música é uma sensação indescritível, a recepção foi maravilhosa, os shows animais, o público selvagem e faminto por música pesada, tratamento maravilhoso por parte de todos, muitos amigos, muitas histórias.

6- Atualmente existem muitas bandas com o mesmo estilo de vocês? Creio que o metal tradicional está meio sumido. Independente do "rótulo", somente sei defini-los como um som com muita energia, bastante contagiante.
Bela observação, o objetivo é esse mesmo, um som que te inspira a pisar fundo no acelerador, não ficar parado, estamos um pouco saturado desse som depressivo, de letras sobre você irá morrer, você tem que sofrer e etc. O ponto principal da nossa composição é o que chamamos de Rocky Balboa Style… ahahhahah

7- Mudança de formação, as correrias do dia a dia, as já tradicionais dificuldades encontradas no cenário nacional, gastos com estúdios, equipamentos, enfim, motivo pra desanimar não falta, mas a ideia é sempre ir firme, adiante e jamais abandonar a bandeira do metal. Como vocês encaram isso? 
Posso responder isso como um trecho da letra do Overdose…rsrs 
" Enquanto aquela estrela brilhar no azul do céu
O Heavy nunca vai parar de rolar "
Na verdade Heavy Metal não é apenas uma música para nós, é um estilo de vida, é uma arte, é um desafio, uma razão pela qual você bate no peito e fala: eu sou Metal não sigo o rebanho, uma demonstração que você pode ser você mesmo e não ter medo disso pois irá encontrar outros irmãos e irmãs que compartilham da mesma ideia.

8- Redes sociais, presença no show de bandas amigas, a convivência com os amigos que apoiam... tudo é uma forma válida de se divulgar o trabalho do SYREN. Tem sido fácil levar o trabalho de vocês a nos seguidores?
Gosto bastante dos 03 pontos que tocou acima, independente da Syren eu já fazia isso, pois, gosto do ambiente de shows, adoro encontrar e curtir com meus amigos, gosto de interagir nas redes sociais, falar com conhecidos de lugares distantes e etc... Isso tudo ajuda, mas, a realidade é se você não tem grana para pagar uma boa assessoria e grana para pagar alguns shows "importantes" a coisa  complica. Um negócio onde você paga para ficar no lugar mais visível da prateleira, ou você opta pelo trabalho de formiguinha que é ótimo também a longo prazo se você tem as pessoas certas e pacientes ao seu lado.

9- De que forma vocês avaliam hoje o público do metal nacional? Tem faltado apoio, o público tem reparado mais o metal nacional, Apoiam virtualmente mas não nos eventos, dão atenção somente para as bandas gringas, como está isso na visão do SYREN?
O problema das bandas é culpar algo que é do ser humano, saca..Uma desculpa já pronta que tira a responsabilidade da mesma… Manowar fez um álbum chamado "Hail to England" para homenagear a Inglaterra, porque nos EUA eles não tinham o que queriam. Foram para Europa e foram amados na Inglaterra, correram atrás de onde entendiam sua proposta, Metallica saiu de LA por causa do Cliff e descobriram um novo mundo onde entendiam a proposta deles, Krisiun saiu do Sul para Sampa e depois pro mundo, Sepultura de Minas para Sampa e depois para o EUA. Você tem que saber onde entendem e apoiam o seu som..só isso... O problema que para isso você tem que ralar bragarai.. sair do seu ambiente… Sair da sua zona de conforto e caçar onde está o seu público. Fizemos 40 dias de tour, apenas um ou dois shows com baixo público. Aqui a coisa se inverte, mesmo esses poucos valerem por muitos, fica complicado todo o gasto de deslocamento e etc… Como falei, o trabalho de formiguinha. Um dos grandes desafios é arrumar uma unidade que encare isso, que acredite, que arrisque, que não tenha medo de largar tudo e fazer acontecer. Essa é a diferença de você ir a um show de uma banda grande. Eu vou pela admiração de ver os caras com mais de 30 anos de carreira e excursionando, lançando álbuns, ter a certeza que vou encontrar amigos antigos por lá, relembrar da época e etc... As bandas tem que  conseguir tirar essas pessoas de casa, fazer elas comprarem seu material e se não conseguem agora, trabalhem, mudem, corram atrás onde está o seu público. Porque você acha que os grandes estão voltando a fazer muitas tours? Porque entendem que se ficarem parados esperando a venda de CDs, nada irá acontecer, então, vamos voltar ao que mantêm a banda, que é shows e etc…

10- Ainda teremos a apresentar da banda ao público, mas por hora, fica agora o espaço para a mensagem final de vocês.
Queria agradecer muito toda a sua força para manter a chama acesa e todos os que alimentam a mesma, com seu tempo, dinheiro, espaço e amor…

HHHHHEEEELLLYYYYEEEEAAAAHHHH !!!!

Facebook: Syren


Um comentário:

  1. Syren fucking rules!!! Parabéns pela excelente entrevista!!! Abraço do brother Cris DeLyra.

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