1- Começaremos então com vocês nos contando a idéia de
formação da banda, sua atual formação e estilo musical.
HM: Começamos em 2007, pois tivemos uma época um pouco mais tranqüila
em relação aos nossos trabalhos anteriores. Eu, o Fabio e o Ale sempre tivemos
vontade de fazer algo juntos, porem foi somente neste ano mesmo que conseguimos
adequar todas as agendas. Sobre o estilo musical, sempre, para esta banda,
pensamos em não ter um limite na hora de compor. Não nos importamos com
estilos, rótulos, etc. e acho que isso pode surpreender muita gente que escuta,
pois a ausência de rótulos acaba as vezes deixando os ouvintes um pouco
assustados, o que e normal.
2- Tive o imenso prazer de receber o registro "Stupid
Human Atrocity", o SHA, produzido pelos próprios integrantes e que trilha
um caminho que eu diria diferente, com a inclusão de novos elementos ao som. Um
resultado fantástico a meu ver. Como se deu o processo de composição,
experiências e gravação deste trabalho incrível?
HM: Primeiramente, obrigado pelos elogios!!! Gravamos e
produzimos 95% do álbum no estúdio The Brainless Brothers, de propriedade do
Fabio e do Ale. Gravamos a bateria nos estúdios Epah em SP e masterizamos na
Alemanha com o Miro Rodenberg. As musicas são criadas de diversas maneiras,
através de jams, ou as vezes um integrante já aparece com a idéia mais ou menos
pronta e os outros ajudam a fechar. O importante e que todos participam deste
processo e colocam suas influencias nas músicas.
3- Em relação a shows, como a banda vê atualmente os espaços
disponíveis e como tem sido a receptividade ao trabalho?
HM: Bem fraco para bandas que ainda não tem tanta estrada, e
essa onda de bandas cover gerou um ciclo vicioso entre donos de casas de show,
bandas e público, que na verdade só está prejudicando o cenário das bandas
autorais. Quando um contratante finalmente decide apostar em uma banda autoral,
na maioria das vezes não oferece as condições necessárias para um show como o
nosso, que requer uma certa estrutura para acontecer. Somos da seguinte
filosofia, se não houver condições para fazermos um show com a mínima estrutura
e qualidade, não faremos. Isso pode parecer arrogante, porém se este tipo de
atitude não partir de ninguém, cada vez mais os contratantes, donos das casas
de show, etc., vão continuar oferecendo tudo que e melhor apenas para eles, e
não para publico ou para a banda. Temos que ter urgentemente uma
profissionalização deste mercado de rock no Brasil. Em qualquer outra
profissão, se você não trabalha com o mínimo de condições, você não consegue
desempenhar nada direito. Na música é a mesma coisa. Acho muito importante que
as pessoas entendam que esta e uma postura para melhorar a situação, não
somente para o Remove Silence, mas para todas as bandas. Pode ser que não
adiante nada falar e fazer isso, mas se pensarmos assim nunca nada vai mudar
aqui. Com certeza, não faremos shows do Remove Silence enquanto não existirem
condições adequadas para um show diferenciado e de qualidade. Somos muito
respeitosos com nosso público e esperamos que os contratantes sejam respeitosos
com as bandas.
4- A banda tem seu site e quase todas suas informações em inglês. Isso é algo
que busca o mercado externo ou apenas uma facilidade de visualização por todo
os interessados no mundo em conhecer o trabalho? O que há de concreto para o
REMOVE SILENCE no exterior?
HM: Quase todas as pessoas que gostam deste estilo no Brasil
conhecem e entendem a língua inglesa, sempre sabem as letras, etc. E uma coisa
natural ter um site onde se usa um idioma através do qual a banda possa ser
acompanhada, aqui ou fora. Quando você faz um trabalho em português, estará
restrito apenas aos territórios que falam esta língua, e estes são escassos. O
Brasil não é o país do Rock, provavelmente nunca será. Uma quantidade muito
pequena da população brasileira gosta de rock, se analisarmos o todo, e a mesma
quantidade mínima falam inglês. Restringir seu trabalho a somente o português
com certeza não o levará tão longe neste estilo musical. É necessário apontar
suas armas para os alvos corretos, onde as pessoas entendam o que você quer
dizer. O inglês se tornou a linguagem universal por diversas razões, e devemos
aproveitar isso para que nosso trabalho seja compreendido pela maior quantidade
de pessoas possível. Sempre tivemos muitas coisas positivas na Europa, EUA,
etc. Tivemos nosso primeiro videoclipe "Fade" nas emissoras da MTV do
mundo inteiro, fomos indicados ao Grammy USA, ou seja, a banda pensa muito
também no mercado estrangeiro, acho que isso e uma coisa natural,
principalmente por cantar em uma língua universal.
HM: Queremos que a banda não seja apenas uma coisa para
escutar, temos uma filosofia por trás das letras, das roupas, etc. Somos uma
banda que quer dizer algo com a parte visual também. Faz parte de todo um
conceito. Pode ser que nem sempre a banda apareça vestida desta forma, mas para
estas ocasiões, achamos a melhor maneira. Isso impõe uma certa seriedade e é
também uma ironia em relação a tudo o que a banda escreve em suas letras e
apresenta em seus temas.
6- As redes sociais hoje facilitam a divulgação dos
trabalhos realizados, são também uma resposta mais rápida do que se quer
perceber, assim como serve de interação com o público e diversas outras opções
que elas trazem. De que forma a banda usa isso a seu favor?
HM: Estamos extremamente engajados nisso desde o início da
banda e realmente esta estratégia é altamente necessária, imprescindível hoje em dia. Uma banda que não
está na web, é uma banda que não existe. A rede ajuda muito as bandas, porém
talvez um dos pontos negativos seja o fato de que existe muita informação na
internet e às vezes muitas coisas legais se perdem um pouco. Mas por outro lado
você tem acesso a lugares que jamais teria sem estar em uma grande gravadora.
7- Como vocês enxergam hoje o metal nacional, em termos de
público, espaços, bandas e resultados?
HM: Publico sempre vai existir, e como em qualquer setor
podem haver altos e baixos, pois sempre existe uma reciclagem, etc. Realmente
temos muito poucos lugares dispostos a investir em bandas menores de som
autoral, e isso e um problema mito grande para o futuro da musica no Brasil.
Cada vez temos menos nomes de peso na cena, e não por falta de material, e sim
por falta de oportunidades. Pode ser mais seguro em curto prazo você investir
em uma banda de cover, porém em longo prazo isso é desastroso para sua
carreira. Seria muito mais vantajoso para todos se tivéssemos mais grandes
nomes de musica própria, o que com certeza renderia mais para as casas,
empresários, etc., mas infelizmente poucos pensam assim e o público está
ficando mal acostumado. Estamos gerando um alto grau de desinteresse no
público, que a cada de dia que passa se interessa menos por coisas novas.
Precisamos mudar isso urgentemente e o primeiro passo deve ser dados pelos
músicos. Aposte em você mesmo, deixe de viver uma vida que não é sua, sendo
apenas um clone vazio de um grande artista que realmente criou algo de bom.
8- A Quality Music Web Radio vai continuar acompanhando,
divulgando e apoiando o REMOVE SILENCE. Deixem então sua mensagem final para os
que acompanham a Quality Music e o Remove Silence.
HM: Agradecemos pelo espaço! Em breve teremos muitas
noticias e novidades legais para as pessoas que gostam do Remove Silence!!!
Obrigado! Abraços!
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