sexta-feira, 24 de junho de 2016

Entrevista: Lacerated And Carbonized


A banda carioca Lacerated And Carbonized traz em seu trabalho um death metal realizado na maneira mais digna possível. Trabalhando sério por um longo tempo, eles agora merecidamente fizeram uma nova turnê fora de terras brasileiras. "Condition Red" foi a nova turnê da banda pela Europa e veio para consolidar o trabalho deles com muita consistência e reconhecimento. A Quality Music Web Radio vai dar o espaço para conhecermos um pouco mais dessa trajetória e planos da banda. 

1- Inicialmente parabenizo a banda por mais esse feito que estão realizando. E peço que nos contem, como se deu a possibilidade inicialmente para que a banda pudesse ampliar seu horizonte de apresentações pelo exterior?
Jonathan Cruz - Quando você trabalha duro e acredita no seu potencial, não tem nada que possa te parar. Nós ralamos muito para agendar a nossa primeira turnê e desde então sempre conseguimos somar contatos e fechar novas parcerias, fazendo com que a turnê seguinte aconteça de forma mais fácil e seja mais consistente. A "Condition Red" foi ótima e estamos ansiosos para cair na estrada novamente! 

2- Que tipo de reações receberam do público lá fora, em relação ao trabalho que o Lacerated And Carbonized realiza?
Jonathan - Creio que as pessoas que já conhecem o LAC nos esperam com bastante entusiasmo porque sabem que trabalhamos com seriedade e que sempre daremos o nosso melhor ao vivo. As reações são sempre as melhores e creio que essa troca seja a essência para continuarmos 100% com total dedicação à banda. 

3- Sabemos das correrias que uma banda tem para apresentações no Brasil. Em relação a essa turnê, o que guardam de histórias boas e também ruins? 

Jonathan - Creio que momentos bons e ruins sempre estarão presentes em qualquer situação. Saber administrar isso é uma importante ferramenta e faz parte de um processo natural em que adquirimos aprendizado e experiência. Mas felizmente sabemos aproveitar cada situação, encará-la da melhor maneira e transformar os conhecimentos que adquirimos em coisas produtivas para o Lacerated And Carbonized. Um fator positivo dessa última tour foi termos conseguido ampliar novos horizontes, além de termos feito história com shows sold-out em cidades na Sibéria ao sermos a 1ª banda internacional a tocar nelas. Isso fora a oportunidade de conhecer novos lugares, fazer novas amizades, enfim, mostrar quem somos nós. Acredito que, trabalhando com honestidade e paixão, as coisas vão acontecendo de forma gradativa e real. 

4- O trabalho da banda parece ter engrenagens que trabalham em sintonia e perfeito funcionamento. Como elaboram o material de vocês? A aceitação e reconhecimento, creio eu, deve ser grande.
Jonathan - Primeiramente, a gente tenta enxergar formas ou mecanismos diferentes que possam gerar novidades, que tenham um papel de criar expectativas aos nossos fans e produzir interesse para aqueles que mal conhecem o LAC. Temos por características próprias buscar elementos simples, mas que soem claros e de fácil entendimento ao público, pois planejamento e foco são essenciais para que tudo funcione como proposto. Imagino que este seja um caminho concreto para se alcançar objetivos. 

5- O que há de planos para vocês em relação ao futuro do Lacerated And Carbonized?
Jonathan - Lançaremos em breve o nosso novo álbum, "NARCOHELL", e já estamos planejando as nossas próximas turnês: queremos fazer uma grande tour pelo Brasil no início de 2017, começando pelo o Nordeste, além de retornarmos em outras turnês pela América do Sul e Europa na sequência.
Acredito que "NARCOHELL" seja o nosso melhor material e com nossa melhor performance até então, além de contar com as grandes participações de Marcus D`Angelo (Claustrofobia) e Mike Hrubovcak (Monstrosity).

6- Como a banda avalia a atual cena metálica nacional? Apesar de todas as dificuldades como espaço para bons eventos e apoio real do público, acham ainda que é mágico o underground?
Jonathan - Enxergo a cena brasileira como gigante mas ao mesmo tempo pequena, pois vejo o público se dividindo, brigando e boicotando certos eventos porque tem banda de heavy metal junto com outra de black metal, ou alguma de hardcore tocando com outra de Death Metal, etc. Acredito que esse pensamento "pequeno" tenda a enfraquecer o cenário Metal do nosso país e cada vez mais diluí-lo. 

7- Sempre levo uma questão as bandas, que é saber como conciliam a correria da vida diária com o fato de se dedicar uma banda? (Um trabalho sério na música exige tempo e dinheiro).

Jonathan - Infelizmente vivemos em um país de terceiro mundo onde as coisas são 3 vezes mais caras e mais difíceis. Equipamentos e instrumentos são caros, a logística é ruim, não há gravadoras expressivas, as bandas não têm suporte algum e esse cenário faz com que as coisas acabem indo meio que no "vamo que vamo". Tudo é questão de objetivos e o que se está disposto a fazer, acreditar e encarar. O músico brasileiro em geral, se não tiver um segundo emprego (fonte de renda fixa) ele tá ferrado. Por outro lado, estar em um emprego comum não te dá disponibilidade de viajar 2, 4 ou 6 meses em turnês por ano. Isso acaba sendo um empecilho e tornando mais difícil de realizar o sonho de viver da música, porém não impossível, já que essas circunstâncias poderão te levar a perder oportunidades que aparecem somente uma vez. 
Portanto, quem se dispõe a ter banda deve ter em mente exatamente como quer encarar a carreira: você pode fazer disso apenas o seu lazer. Caso contrário (e se você não vier de uma família rica), tem que se organizar para possuir um negócio próprio que te dará disponibilidade para estar 24 horas com o foco na banda.

8- Que bandas pode citar como influências e que bandas brasileiras pode citar como grande destaque?
Jonathan - Cito aqui algumas bandas que admiro, que são influências e estão sempre na estrada fazendo muito em nome do metal brasileiro, muitas vezes tendo que engolir besteiras de pessoas recalcadas e invejosas: Claustrofobia, Nervosa, Affront, Torture Saqud, Confronto, Project 46, Eminence, Hibria, Krisiun e Nervochaos.  

9- A Quality Music sempre teve intenção em incluí-los num dos eventos que já realizou (faltou oportunidade). Como encaram a estrutura dos eventos no Brasil?
Jonathan - A estrutura vem melhorando. O que falta no Brasil é a profissionalização do underground. Seria ótimo se pudéssemos pegar uma van com motorista e backline para cair na estrada no Brasil, tocando todos os dias da semana por 1 ou 2 meses seguidos, como acontece em outras partes do mundo. 

10- A "Condition Red Tour 2016" passou por 12 países em 38 shows. Uma conquista valiosa para a banda e também para o metal brasileiro. A partir daí, o que vem pela frente? Algo de concreto que possam adiantar para um novo trabalho?
Jonathan - Como eu disse antes, nosso foco agora é lançar nosso novo álbum, "NARCOHELL", e em seguida cair na estrada para divulgá-lo. Acredito que passaremos o ano de 2017 todo na estrada e só depois vamos parar para pensar em um novo disco.

11- O espaço está aberto para a mensagem final aos que nos acompanham. Agradeço a parceria com o Lacerated And Carbonized e parabenizo a banda por trabalhar seriamente pela música pesada.
Jonathan - Agradeço ao Vanderley e a Quality Music Web Radio mais pela oportunidade! Continuem apoiando o metal e acompanhem os canais do LAC! 

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