segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Entrevista: Renata Capellas


Nascida em Santos, envolvida com a música desde a infância, Renata Capellas é dona de um timbre e musicalidade flertando entre o hard rock, o metal e grunge. Mas certamente, o metal tradicional, cantado em português é sua maior característica. 

1- Se não estou equivocado, fez suas primeiras aulas de canto por volta dos 16 anos. Parecia ali a determinação, o encontro do caminho a seguir. Comece nos contando como se deu essa descoberta com a música.
Saudações aos ouvintes da Quality Music Web Radio! 
Primeiramente, gostaria de agradecer o convite e a oportunidade de falar sobre o meu trabalho e consequentemente da Capellas. Sim, foi por volta dos 16 anos que fiz a minha primeira aula de canto. Recordo-me que na infância (com três ou quatro anos de idade) meu pai tocava violão em casa e eu tentava cantar as músicas que ele executava. Era bem divertido e ele sempre me incentivava. O tempo foi passando e na minha pré-adolescência, sempre dizia que seria cantora, mas acreditava que só iria aprender a cantar quando eu fosse "grande", como num passe de mágica (risos). Santa inocência! Aos 16 anos comecei a trabalhar em festas infantis e todo o dinheiro que eu recebia, juntava para pagar a mensalidade das aulas de canto. Isso durou poucos meses porque os custos das aulas eram-me onerosos por demais e não estavam compensando.

2- Vieram após isso, as bandas com amigos, corais que participou e a partir daí, você começou a trabalhar suas próprias composições. Como é para você esse processo de construção e elaboração das composições, do direcionamento a seguir?
Tenho consciência de que ainda preciso amadurecer muito nas composições. Tudo isso é um processo e leva algum tempo. Fiquei anos parada, sem banda e sem motivação para compor. Não via sentido em fazer isso e guardar só para mim.
A situação atual é outra e estou resgatando antigas composições em que procuro expressar através do canto, letra e melodia os meus sentimentos e a minha visão de mundo, e para isso procuro me dar liberdade para experimentar, sem tentar parecer com uma banda ou outra. A melodia e alguns arranjos nascem na minha cabeça, tento materializá-los de forma que os instrumentistas possam captar a ideia e a essência da composição. Porém, inevitavelmente todos nós temos as nossas influências musicais, então há composições que podem lembrar alguma banda.

3- Antes dessa composições, houve uma demo, que trazia covers como “Flight Of Icarus” (Iron Maiden) e “Remember Yesterday” (Hammerfall). De que forma você encara hoje essa "luta": autorais X covers?
Gravei essa demo a fim de participar de um concurso de vocalistas femininas e uma das exigências, era a gravação de músicas covers. Eu sempre gostei de escrever as minhas músicas e sempre admirei bandas que fizessem o seu próprio som, mas eu creio que haja público para tudo. Conheço pessoas que não tem paciência para escutar o novo, como também conheço pessoas que valorizam o som autoral de um artista desconhecido. Eu gosto do novo, tocar composições próprias para um público desconhecido é desafiador. Creio que o lance seja saber dosar as autorais com alguns covers. A dose menor são as covers, claro.

4- No ano de 2006, gravou uma participação especial no 3º CD de Rodrigo Alves, "Spiritua", cantando a faixa "These Lazy Days". E ainda neste mesmo ano, gravou alguns backing vocals no CD da banda de heavy metal santista Rygel. Como se deram esses convites e como é sua relação com a cena metálica, envolvendo bandas e público?
Na realidade, eu sou meio que um bicho do mato. Pouca gente me conhece (risos).
Rodrigo Alves é um dos guitarristas da banda santista Parallax e também um grande amigo meu. Eu o admiro como pessoa e também por seu trabalho como compositor, produtor e guitarrista. Quando recebi o seu convite para gravar a única faixa do álbum cantada, pois as demais eram instrumentais, não tive como recusar, foi um presente para mim. O convite para gravar alguns dos backings vocals do segundo álbum da Rygel veio através dele também, pois ele mixou e orientou boa parte da gravação do segundo álbum da banda.

5- Renata também é ativista, protetora de animais e vegetariana. Além de outras correrias mais que a vida impõe. Como consegue conciliar tempo para música, que sempre exige bastante em meio a composições, ensaios, estúdio?
Estou me virando, literalmente, nos 30. Assim como eu os músicos da banda também tem as suas vidas corridas com trabalhos, estudos, famílias, e não é fácil conciliar, mas fazemos o possível para nos reunirmos e ensaiarmos em alguns finais de semana.

6- "Vida (Congregação das Almas)" e "Black Valley" são duas composições que pude conferir e constatar sua capacidade. Confesso que estas músicas fazem não somente a mim, mas a todos que já puderam conferir, a vontade de material novo. Quais são os planos para novas gravações? O que já há de concreto para isso? Certamente há muita gente na expectativa.
Estamos em fase de composição ainda. O processo é lento devido as nossas rotinas e obrigações que a vida nos impõe, mas na medida do possível estaremos dando andamento a novas gravações. Muito em breve, uma terceira música, que já está gravada, será divulgada.

7- A internet e as redes sociais viabilizam a divulgação e resposta mais rápida pro trabalho de uma banda. De que forma você interage com seu público e como tem sido a aceitação e resposta por parte deles?
Basicamente, interajo através das redes sociais. Tenho recebido feedbacks do público e as opiniões se dividem. Parte deles gostam da ideia desse tipo de som que fazemos ser cantado em português, já outra parte diz que preferiria que fosse cantado em inglês.

8- Que influências pode citar no seu trabalho?
Acho que tudo que eu já ouvi e ouço até hoje me influencia, seja dentro ou fora do rock. Até as músicas desconhecidas dos meus sonhos me influenciam (rs). Dentro do rock eu poderia citar bandas como Black Sabbah, Nevermore, Alice in chains entre outras.

9- Encerramos agora com sua mensagem final aos que acompanham seu trabalho, assim como os ouvintes da Quality Music Web Radio.
Primeiramente gostaria de agradecer a Quality Music Web Radio pela oportunidade e também a todos que tem acompanhado meu trabalho, que tem me apoiado, inclusive criticado de um ângulo positivo ou não. Agradeço de coração e peço que aguardem, pois novidades estão a caminho.

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